A tradicional caipirinha brasileira ganhou um reforço de peso: a cachaça Tiê, produzida artesanalmente na cidade de Aiuruoca, no sul de Minas Gerais, foi eleita a melhor opção para o preparo do drinque mais famoso do país, segundo um rigoroso teste realizado pela coluna Paladar, do jornal O Estado de S. Paulo.
O teste, conduzido pela jornalista Fernanda Meneguetti e publicado pelo Estadão, avaliou, às cegas, 10 rótulos de cachaças do tipo prata — a versão mais recomendada para coquetelaria, pela sua pureza, limpidez e caráter neutro, que valoriza o frescor dos ingredientes sem mascarar sabores.
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Degustação às cegas com especialistas do setor
A prova foi realizada na capital paulista, reunindo um time de especialistas em coquetelaria e cachaça: Robson Bonfim, head bartender do Il Covo; Stephanie Marinkovic, do Fifty Fifty Cocktail Bar; Kyoko Sato, do Exímia; Jean Ponce, premiado bartender e proprietário do Guarita; e Michel Berndt, CEO da TUAQ Ice e criador do perfil @mix_o_logic.
Com limões taiti cortados na hora, cada jurado degustou a mesma receita de caipirinha preparada com os diferentes rótulos, buscando precisão máxima na avaliação dos aromas, sabores e equilíbrio das bebidas.
Tiê: equilíbrio e pureza mineira
A cachaça Tiê se destacou como a grande campeã, recebendo o selo de ouro da equipe do Paladar. Segundo os especialistas, trata-se de uma bebida "equilibrada, limpa, cristalina e com teor alcoólico tão agradável que foi considerada perfeita para a caipirinha tradicional". A combinação de pureza, intensidade e suavidade conquistou o júri de forma unânime.
Produzida na cidade de Aiuruoca, na Serra da Mantiqueira mineira, a Tiê tem se consolidado como um dos principais nomes entre os pequenos produtores de cachaça artesanal no Brasil, sendo reconhecida não apenas por sua qualidade técnica, mas também pelo respeito aos métodos tradicionais de destilação.
As demais colocadas
Além da Tiê, outras duas marcas também se destacaram na avaliação: a Ouro 1, elogiada pelo equilíbrio e perfil aromático sofisticado, e a Cabaré, que proporcionou, segundo os jurados, uma caipirinha mais aveludada, com corpo interessante e personalidade.
O que é e como foi escolhido o tipo ideal de cachaça
Para a equipe do Paladar, a escolha ideal para preparar uma boa caipirinha passa pela cachaça do tipo prata, também chamada de branca ou cristalina. Trata-se da bebida que não passa por envelhecimento em barris e que mantém as características mais puras da cana-de-açúcar. Assim como o rum no mojito ou a tequila na margarita, a cachaça prata confere ao drinque brasileiro seu caráter refrescante e autêntico.
Segundo explicou a colunista Fernanda Meneguetti, responsável pela reportagem, "o ideal para o drink nacional é selecionar uma cachaça não envelhecida, límpida, com um sabor intenso e puro de cana".
Sobre o teste do Paladar
O "Paladar Testou" é uma iniciativa editorial tradicional do caderno de gastronomia do Estadão, reconhecida pela seriedade e rigor metodológico. Todas as amostras são adquiridas anonimamente em grandes redes de supermercados e empórios, garantindo imparcialidade e neutralidade na seleção. Além disso, a prova acontece sempre às cegas: nem os jurados sabem que marcas estão provando, nem os fabricantes têm ciência prévia da participação de seus produtos.
O teste das cachaças foi realizado entre os dias 23 e 28 de abril de 2025, no Guarita, bar localizado na Vila Madalena, em São Paulo.
A vitória de Aiuruoca
A vitória da Tiê reforça o protagonismo de Minas Gerais na produção de cachaça artesanal de qualidade e coloca Aiuruoca, pequena cidade do sul mineiro, no mapa nacional da coquetelaria. Um motivo de orgulho para os produtores locais e para todos que valorizam a cultura e o destilado genuinamente brasileiros.
Fonte: Coluna Paladar, jornal O Estado de S. Paulo. Reportagem de Fernanda Meneguetti.
Link para o conteúdo original:
https://www.estadao.com.br/paladar/bebida/qual-e-a-melhor-cachaca-para-caipirinha/