Falar sobre minha mãe parece fãcil, para mim, que sou filha. Mas, não tenho palavras que lhe transmitam todo o meu amor e carinho e lhe falem o que ela foi na vida de todos nós, seus filhos.
Laudelina Vieira Arantes nasceu, em Serranos, a 09 de maio de 1909, descendente de uma Família numerosa, humilde e simples, onde todos os irmãos se fizeram gente por si mesmos, com o suor de seus rostos e à força do trabalho fecundo e honesto de cada um. Seus pais eram Jacinto José Vieira e Eleutéria Rodrigues.
Casou-se com José Justiniano Ribeiro de Arantes, na Fazenda da Lage, de propriedade de seu esposo, mas viveu toda a sua vida na Fazenda do Angaí, também de propriedade de ser esposo, ambas no Município de Aiuruoca. Casaram-se a 30 de novembro de 1927 e desse casamento lhe nasceram seis filhos: Maria Terezinha e Maria da Glória {gêmeas}, Maria Jacinta, José Justiniano de Arantes Filho, Maria América e Luís, hoje o Padre Luís Vieira Arantes. Também criou outras duas meninas: Maria Aparecida e Maria do Rosário.
Mamãe foi uma pessoa alegre, trabalhadeira, de caráter firme, persistente, franca, e muito caridosa. Os Seminários de Campanha, ela sempre os ajudou e fazia leilões em sua Fazenda, em benefício deles. Eu dizia sempre que ela possuía uma “alma sacerdotal”, pois o sonho de sua vida era ter um “filho-Padre” e ela o realizou em seu filho, o Monsenhor Luís Vieira Arantes de hoje.
Sofreu, também, na vida: Perdeu seu esposo, aos 33 anos de idade e levou adiante a Fazenda do Angaí, sem esmorecer em nada, a mesma Fazenda do tempo do Papai, do mesmo jeitinho. Seu caráter firme e pulso forte deram-lhe força para isso. Quando Papai morreu, deixou a Mamãe com seus seis filhos, sendo as gêmeas com 16 anos e o caçula com 10. Deu conta do estudo de todos e da formação de cada um. Mamãe foi uma heroína!
Depois, sua primeira neta, Marina, nasceu com ela e foi criada por ela, a vida toda. Marina fez o 1º e 2º graus, aqui em Aiuruoca, no Colégio Santa Edwiges, e depois foi estudar Medicina, em Belo Horizonte; formou-se em 1979: tinha sonhos de especializar-se em Psiquiatria, na Espanha [estava já com o passaporte pronto], quando foi participar de uma excursão com sua turma de formandos, à Bahia, no dia 05 de julho de 1981; um acidente na BR-040, tomba-lhes o ônibus e, entre 50 passageiros, só a Marina morreu... Essa morte acabou com a mamãe!... Mas sua Fé, firme e inabalável, ainda lhe deu força pra continuar a viver. Depois, em 1983, perde sua filha Glorinha, com câncer fulminante, que começara em maio e matou-a em setembro. Quanto minha mãe sofreu!...
Deus, porém, não desampara ninguém! A alegria que ela teve, ao desatar as mãos sacerdotais de seu filho, Padre Luís, no dia 7 de dezembro de 1958, viera antes de todas essas tristezas, para lhe dar forças para aguentar todoa os sofrimentos que lhe viriam depois. E muitas outras alegrias, ela teve, também, na vida! Mamãe foi para o céu, no dia 11 de dezembro de 1986. Da sua imensa bondade, ficou-nos uma eterna e profunda Saudade!...