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16/02/2011 15h51

Português Por dentro da Língua III

Português: Por dentro da Língua III


Importantes dicas de Português para você não tropeçar nas palavras

51 – Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, “a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia.” Portanto, use estada para mencionar permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.

52 – E não esqueça: exceção é com “ç”, mas excesso é com dois “ss”.

53 – Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: “falir”. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: “nós falimos”, “vós falis”. Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales... Horrível, não?
 
54 – Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase. Ex.; “frente a frente”, “cara a cara”, “gota a gota”, “face a face”, etc.

55 – Outra vez tome cuidado. Quando for ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto – e não “duzentas” ou “trezentas”. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino. Ex.: “não pise na grama”; “a grama está bem crescida”.

56 – É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: há muitos anos “atrás”... Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente “há muito anos”... ou “muitos anos atrás”... Escolha. Mas não junte o há com atrás.

57 – Cuidado nessa arapuca do Português: as palavras paroxítonas terminadas em “n” recebem acento gráfico, mas as terminadas em “ns” não recebem. Ex.: “hífen”, “hífens”; “pólen”, “polens”.

58 – Atenção: “Ele interveio na discórdia”, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vi".

59 – Item não leva acento. Nem seu plural: itens.

60 – O certo é “a libido”, no feminino. Deve-se dizer: “minha libido hoje não tá legal”.

61 – Todo mundo gosta de dizer “magérrima”, “magríssima”, mas o superlativo de magro é “macérrimo”.

62 – Antes de particípios não devemos usar melhor e nem pior. Portanto, devemos dizer: “os alunos mais bem preparados são os do 2º grau”, mas nunca: “os alunos melhor preparados”...

63 – Essa história de mal com “l”, e mau com “u”, até já cansou. É só decorar: “mal” é antônimo de bem, e “mau” é antônomo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.

64 – Pronuncie a palavra “máximo” como se houvessem dois “ss” no lugar do “x” (mássimo).

65 – Olha a hora! Toda vez que disser: “é meio-dia e meio”, você estará errando. O certo é meio-dia e meia – ou seja, meio-dia e meia hora.  

66 – “Não tenho nada a ver” com isso” – e não “haver com isso”.

67 – A expressão “nem um nem outro” leva o verbo para o singular. Assim: “nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu”.

68 – Toda vez que usar o verbo “gostar” tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição “de”. Ex: “a coisa de que mais gosto é passear no parque”. “A pessoa de que mais gosto é minha mãe”.

69 – Lembre-se: “pára”, com acento, é do verbo parar; e “para”, sem acento, é a preposição. Portanto: “ele não pára de repetir para o amigo que tem um carro novo”.

70 – E tem mais: “pelo”, (sem acento) é preposição (contração da preposição por com o artigo a); e pêlo, com acento, é o cabelo.

71 – Quer mais? “Pêra”, a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma antiga preposição também chamada “pera”. Já o plural dispensa o acento: “peras”. Dá pra entender? O jeito é decorar.

72 – Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: “pôde”, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de “pode”, a forma do presente. Então dizemos: “ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais”. Percebeu a diferença?

73 – “Pôr” só leva acento quando é verbo: "Quero pôr tudo no seu devido lugar". Mas se for preposição, não leva acento: “Por qualquer coisa, ele se contenta”.

74 – Fique atento: nunca diga, nem escreva 1 de abril, 1 de maio. O correto é: “primeiro de abril”, “primeiro de maio”. Ou seja, prevalece o ordinal.

75 – É chato, pedante ou parece ser errado dizer “quando eu vir Maria, darei o recado a ela”. Mas esse é o emprego correto do verbo “ver” no futuro do subjuntivo. “Se eu o vir”, “quando eu o vir”. Mas quando é o verbo “vir” que está na jogada, a coisa muda: “quando eu vier”, “se eu vier”.

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