O carro-chefe da economia em Aiuruoca é a pecuária leiteira. Para impulsioná-la ainda mais, surgem várias iniciativas, entre elas a de capacitação dos produtores rurais. Com este intuito, Sindicato dos Produtores Rurais de Cruzília, SENAR MINAS e Laticínios Pedra Cangalha uniram-se para oferecer o Programa de Gestão e Qualidade em Campo (GQC) para produtores da cidade. O projeto, que teve início em novembro, encerrou-se no final de março totalizando 86 horas, entre aulas expositivas e consultorias especializadas nas propriedades.
O GQC busca atender à demanda dos produtores que desejam investir em gestão e qualidade nas propriedades rurais, ajudando a planejar e a colocar em prática ações que permitam reduzir custos e alcançar eficiência na condução do negócio. O objetivo é ampliar a visão empresarial do produtor rural.
Segundo o sócio gerente do Laticínios Pedra Cangalha, Magno Maurício Nogueira dos Santos, a parceria com as entidades objetivou buscar uma gestão profissionalizante para as fazendas. Há 15 anos no mercado, o Pedra Cangalha conta com uma produção de 15 mil litros de leite por dia, e com 108 produtores rurais fornecedores. Para ele, a dificuldade de atuar com a pecuária leiteira decorre da falta profissionalização. “O setor é carente de tecnologia e de consciência do produtor rural.”
Em sua fazenda, Santos produz 200 litros de leite por dia. A partir do GQC, traçou a meta de aumentar, em cinco anos, a produção para 1.000 litros por dia. “Além disso, já implantou o programa 5S na propriedade, o qual também pretende levar para o Pedra Cangalha. “Esperamos multiplicar os ensinamentos, levando as informações para mais produtores da região.”
O instrutor do GQC Bernardo Faria de Barros destacou já ter observado mudanças de atitudes dos participantes. “Alguns estavam desanimados com a atividade e, após o curso, já vislumbram projetos para continuar.” Ele citou que os produtores pretendem comprar em conjunto e até criar uma cooperativa para realizar as compras.
Para ele, o diferencial do GQC é unir administração rural e qualidade. “Não conheço curso com este conteúdo.” Ele ressaltou também as consultorias nas propriedades como ponto positivo do programa. “O GQC desenvolve no produtor a visão empresarial. Os participantes aprendem a calcular o custo, a identificar os pontos fracos e a fazer um planejamento do negócio.”
De acordo com Barros, os produtores devem levar adiante a proposta do GQC de eficiência na produção e desenvolvimento da capacidade gerencial. “Eles não podem parar. Eles devem promover vários encontros, um em cada fazenda, para tirarem as dúvidas e trocarem experiências, o que é fundamental.”
O encerramento do curso aconteceu no dia 22 de março em Aiuruoca, com a apresentação dos trabalhos realizados e superando todas as expectativas dos participantes do curso. Ao todo foram 10 propriedades contendo ao todo 20 alunos ( Fernando Arantes, Maria Ilza Vieira, Paulo Cesar Santos, Antonio berto da Silva, Gláucio Luís Ematné, Paulo Rogerio Ematné, Luciano Vilela, Rogerio Candido, Magno Mauricio, Ana Paula Dos Santos, Everaldo Xavier, Elder Carlos de Campos, Rafael de Andrade, Roselaine da Silva, José Carlos , José Valmir, Marcio Henrique, Tatiany Barros, Carlos Renato e Dulcelena Andrade ) que disseram ter entrado com um pensamento e saíram com um outro bem diferente em relação as suas propriedades, completando assim o objetivo do curso dado.