Realmente, foi uma jornada benéfica e, não obstante alguns percalços, foi gratificante ver a arte com palha e bambu ser ensinada em Alagoa e, melhor, ser aprendida pelos alagoenses que demonstraram ânsia de aprender.
Não raro vemos e ouvimos em Alagoa pessoas dizendo que não tem jeito aqui de melhorar de vida. Pois bem, arrumamos um jeito simples de ajudar as donas de casa e os que ainda não têm emprego a ganharem algum extra, até mesmo sem saírem de suas casas.
Tudo começou com uma brilhante idéia do Secretário de Governo, Osvaldo Filho, quando, por acaso, se encontrou com um daqueles burrinhos carregados de palha que já estamos acostumados a ver em Alagoa, levando nossa matéria-prima para fazerem artesanato em Baependi. Por que não?
A partir de então se procurou estabelecer contatos com pessoas ligadas a esse tipo de arte para que, em parceria, fosse ensinada a técnica para os alagoenses. Foi assim que encontramos, através do Sr. Cláudio Reis, o Sr. Tomé da empresa Penha Artesanatos, de Baependi, que está no mercado há cerca de 30 anos e com larga experiência de ensino e de comercialização de peças.
Parceria firmada, turmas formadas e as aulas começaram. Quem as freqüentou, aprendeu e, seja de palha ou de bambu, toda peça produzida pelos alunos, em qualquer quantidade, será comprada pelo próprio Sr. Tomé, se assim o artesão desejar.
Com a venda assim garantida, o que poderia faltar? Bambu? A palha talvez ande um pouco escassa, desde que os silos passaram a consumir a maioria das poucas roças de milho plantadas em solo alagoense. Mas sabemos que ainda sobra palha até para vender para os donos dos tais burrinhos citados no início deste texto.
Infelizmente faltou um pouco de persistência em muitos alunos que apenas começaram o curso e não mais voltaram, mas faltou também um pouco de boa vontade em muitos que reclamam não encontrarem jeito de melhorarem o próprio orçamento. E é realmente uma pena ver tanta gente que poderia fazer o possível e não faz, porque estão ocupados demais sonhando com o inviável. Inviável, sim, porque impossível é expressão inventada por quem não tentou.
No entanto, valeu a tentativa. Pelo menos, já temos em Alagoa artesãos que sabem fazer peças artesanais de bambu e de palha e estes poderão propagar as lições para vizinhos, amigos, parentes que não puderam participar e, seja como for, lá estará o Sr. Tomé pronto para vir buscar e comprar as peças produzidas e aqui deixamos este convite e este desafio a quem quer incrementar sua renda familiar.
As Secretarias de Cultura e de Turismo agradecem ao Exmo. Sr. Sebastião Mendes Pinto Neto por acreditar no projeto e proporcionar os meios de viabiliza-lo. Agradecem também à visão e apoio do Secretário de Governo, Osvaldo Filho, e ao empenho da Elizângela e da Vera Márcia com a comunicação aos artesãos e monitoramento das fichas cadastrais dos mesmos, às Diretoras das Escolas Municipal Cel. Porfírio Mendes Pinto e Estadual Maria do Carmo Lima Pinto pela permissão de uso da Escola para as aulas. Principalmente, as Secretarias agradecem àqueles que realmente se empenharam para que este projeto fosse concluído com êxito: aos alunos que se dedicaram e aos professores trazidos pelo Sr. Tomé , pelo carinhoso ensinamento ministrado nos sábados em que poderiam estar descansando no sossego de seus lares. Muito obrigada, enfim, a todos que estiveram de alguma forma presentes – como o Rodolfo - em mais esta tentativa de se implantar o gosto pelo artesanato em Alagoa, ponto fortíssimo nas cidades que pretendem viver da atividade turística.
Aguardem para breve, se Deus assim o desejar, mais cursos de interesse da população que esta administração prometeu servir nesta gestão e que está fazendo o possível para cumprir o prometido.
Fonte: Secretaria de Cultura e Turismo de Alagoa