Antônio Clarét autografando seu livro | Membros da Academia Caxambuense |
No dia 16 de julho foi realizado um evento literário na Fazenda da Roseta, sob o patrocínio da Academia Caxambuense de Letras. Além da inauguração da Biblioteca no local, constituída por acervo doado pela família dos professores Daniel Eleazaro e Clara Grimaldi Eleazaro, de Belo Horizonte, ocorreram, também, sarau poético, lançamentos e relançamentos de livros dos membros da Academia.
Entre os livros lançados estava “A História da Família Maciel de Baependi e Saga do Tenente José Francisco Maciel”, resultado de uma elaborada pesquisa realizada pelo advogado Antônio Clarét Maciel Santos.
Em seu livro, o autor revela as origens da família Maciel, uma das mais importantes do sul de Minas Gerais, desde seu berço, na Aquitânia, França, depois Portugal, Brasil, onde chegou em 1570. Registra a genealogia de seus integrantes a partir de João Maciel, vereador na Câmara de Vereadores da Vila de São Paulo de Piratininga de 1580 a 1601, explicitando os ramos de Baependi, Cruzília e cidades vizinhas. Faz análise da presença de dezenas de seus membros na política do sul de Minas, bem como traz biografias de personalidades marcantes na região.
Segue a entrevista do autor cedida com exclusividade para o jornal Correio do Papagaio:
Jornal Correio do Papagaio (JCP): Com qual objetivo você iniciou as pesquisas para o livro?
Antônio Clarét (AC): Moveu-me, ao escrever este livro, a vontade em relatar as origens da Familia Maciel que, ao lado de outras, como Junqueira, Meirelles, Vilela, Nogueira, Andrade, figura como uma das mais velhas famílias presentes no sul de Minas Gerais, eis que seu membro mais antigo aqui chegou em 1770, e passou a habitar terras no município de Baependi, que abrangia, na época, territórios hoje pertencentes a Passa Quatro, Pouso Alto, Soledade de Minas, São Lourenço, Carmo de Minas, Conceição do Rio Verde, Alagoa, Caxambu, São Tomé das Letras.
JCP: Qual a relevância da Familia Maciel para Baependi e região?
AC: A Familia Maciel sempre foi intimamente ligada à exploração da terra, mantendo fazendas com os mais variados ramos da agricultura, pecuária, e, nas últimas décadas, se dedicando à criação de cavalos. Vale dizer, ainda, que essa família também está presente por seus membros, nas atividades médicas, jurídicas, magistério, veterinária e comércio da região.
JCP: Quanto tempo durou a pesquisa?
AC: Na verdade pesquiso desde 1968, contudo, nos últimos dois anos, resolvi acelerar, de modo a encerrar o livro e publicá-lo. Pesquisei em livros de registro de batizados, casamentos e óbitos das Igrejas de Baependi e região, desde 1730 até 1940. Além disso pesquisei em Jornais que circularam em Baependi, como “O Baependyano”, cuja coleção entre 1877 a 1889 está digitalizada na Biblioteca Nacional. Estive em Portugal e várias vezes em São João Del Rey.
JCP: Qual o maior aprendizado depois do trabalho concluído?
AC: Senti-me muito satisfeito, ao concluir e provar que a Família Maciel do sul de Minas, embora possua vários ramos espalhados por cidades da região, tem origem única, ou seja, no primeiro membro que desembarcou na capitania de São Vicente, em São Paulo, por volta de 1550, ou seja, João Maciel.
Além disso, durante as pesquisas, encontrei o assento de óbito e testamento da mãe da beata Nhá Chica, documentos até então desconhecidos de seus biógrafos, o que alterou a biografia dela.