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Bom Jardim de Minas - Notícias
26/07/2012 14h37

Bom Jardim de Minas Personagens que fazem parte da Nossa História - Rachid José Abrahão

Personagens que fazem parte da Nossa História - Rachid José Abrahão


A história do Brasil foi construída por sonhos. Sonhadores desbravaram mares e montanhas para construírem hoje o que somos a Nação brasileira. Vieram, além dos portugueses, negros, espanhóis, holandeses, italianos, árabes e homens e mulheres de vários lugares trazendo seus hábitos, seus costumes, sua religião, sua história.  Na vida de Bom Jardim de Minas encontramos muitos destes sonhadores, homens e  mulheres que vieram de lugares diversos, e ao lado dos portugueses, dos negros e dos índios construíram e fundaram nossa cidade, a cidade dos sonhadores. Em Bom Jardim encontramos famílias que simbolizam a diversidade de raças, culturas e povos que construíram Minas Gerais e o Brasil. Dos imigrantes temos as famílias, Altomare, Alexandre, Abbud, Carneiro, Guizalbert, Mauro, Nardy, Saléh, Iglesias, entre outras. Dedicaremos nas próximas edições homenagem a estes homens e mulheres que trouxeram em suas bagagens, atravessando os oceanos, o sonho, o sonho de uma esperança, o sonho que se transformou em Bom Jardim de
Minas, começo esta séria dedicando e fazendo homenagem ao imigrante libanês, Rachid José Abrahão, do qual descendo em linha reta pelo terceiro grau.

Rachid José Abrahão, imigrante libanês que chegou nas terras de Bom Jardim por volta do ano de 1893, onde fundou, em 1909 a casa comercial “O Sol Nasce para Todos”, o que explica o símbolo do sol gravado na fachada da sua propriedade, ao lado do patrício José Abbud, que era casado com Elmaz Simão Bichara, mãe de sua esposa Rosa Mansur, com quem teve os filhos José, Marieta, Genoveva, Geraldo, Raymundo, Dionísio e Vicente. Com a morte de sua esposa Rosa, casou-se com a inesquecível Maria Elvira, com quem teve outros três filhos, Genoveva, Elvira (Viroca) e Georgino (Dodano).

Sr. Rachid foi o grande impulsionador do comércio local no início do século XX. Sua loja de fazendas era famosa nas praças de Bom Jardim, Andrelândia, Lima Duarte e Aiuruoca, sendo conhecido nas praças do Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades de Minas, onde gozava de crédito e muita simpatia entre os brasileiros e os patrícios, tanto que foi agente do Banco do Brasil e do Banco de Itajubá, bem como representante da Companhia Industrial Sul Mineira, exportador de pedras rutilo e importador de frutas européias, perfumes e fazendas. Consta nos anais da história que sua casa era ricamente decorada, sendo uma das mesas mais fartas, onde se sentavam todos os homens e mulheres de Bom Jardim e região, sem distinção de raça, cor ou condição financeira.

Sr. Rachid era uma das mais ilustres figuras entre os homens de negócio de Bom Jardim e suas atividades excediam sempre suas expectativas, o que o obrigou a construir um trecho de 12km, da Estação Ferroviária Oeste de Minas, onde mandou construir várias obras de arte, pontes e casas para turmas, além de decorar a praça de Bom Jardim de Minas com uma bela construção, onde encontramos a águia, o sol e diversos símbolos de suas origens árabes. Homem de vanguarda, quebrou alguns paradigmas da sociedade local ao comprar e residir numa casa que foi utilizada por longos anos para abrigar portadores da hanseníase.

Homem culto, fez por duas vezes, no intuito de educar o espírito e aperfeiçoar seus conhecimentos, longas viagens para a Europa, tendo também demorado por cinco anos na terra de seus antepassados. Passou seus últimos dias em Bom Jardim de Minas, sua terra escolhida para colher seu sonho de uma terra onde corre leite e mel, deixando numerosa prole, netos, bisnetos, tataranetos que hoje ainda estão em Bom Jardim de Minas e espalhados pelos rincões de todo o Brasil.

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