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Bom Jardim de Minas - Notícias
26/06/2014 17h44

Personagens que fazem parte da nossa história - Clécio Penedo

Clécio Penedo deixou seu legado e marcou época na cidade de Bom Jardim de Minas

Nasceu em Bom Jardim de Minas gerais, em 14 de dezembro de 1936. Freqüentou a Escola Nacional de Belas Artes de 1954 a 1956. Sob a orientação de Ivan Serpa e Bruno Tauz desenvolve trabalhos no Centro de Pesquisa de Arte (Rio) de 1973 a 1975. Em seguida, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, frequenta os cursos de Gravura em Metal e Desenho, com Eduardo Sued e Aluízio Carvão.

Durante a exposição no Deutsch - Amerikanisches Institut – Heidelberg – Alemanha – 1994, sua obra foi assim explicada por Eliana de Simone, Doutora em História da Arte pela Universidade de Heidelberg – Alemanha.

O filósofo francês Jean Baudrillard escreveu uma vez: “O Brasil exerce uma espécie de gigantesca função clorofiliana ao nível da espécie humana. Acumulador planetário de alegria, de exaltação, de langueur , de animalidade física e de sedução, de exuberância vital e de absurdo político, se um dia toda a humanidade cair em depressão, é no Brasil que ela se regenerará, assim como se um dia ela estiver próxima da asfixia, é lá que ela conseguirá se reanimar.

Na obra de Clécio Penedo percebe-se essa essência brasileira que tanto fascinou Baudrillard. No segmento do imaginário de Penedo que aqui pode-se observar, encontramos o índio como emblema do homem brasileiro moderno. Mais que isso, no cerne de sua obra está uma profunda reflexão a respeito da identidade artística brasileira.

O artista, nascido em Minas Gerais em 1936, denomina o conjunto de suas obras aqui expostas “Transplante”. Este conceito já nos indica a pista que devemos seguir. O que será transplantado? E onde? Trata-se de um transplante cultural, elementos da arte européia dos quais o artista se apropria ou justapõe a uma base essencialmente brasileira. Esse processo não é nada mais, nada menos que o caminho oposto percorrido pela vanguarda européia no início do século. Naquela época artistas do cubismo francês, expressionismo alemão e do futurismo italiano descobriram a arte dos povos assim chamados “primitivos”, e suas obras foram fortemente influenciadas por ela. Na obra gráfica de Schmidt-Rottluff percebe-se a mesma geometrização e simplificação de formas das máscaras africanas; as soluções formais das obras de Picasso do primeiro período cubista remete também à arte africana; Paul Gauguin buscou inspiração em arquétipos da civilização oceânica; as formas simplificadas de Amadeu Modigliani são resultados de sua descoberta da arte africana. Em 1908 o historiador da arte Wilhelm Worringer estabeleceu as bases da teoria da arte “primitiva” com seu ensaio Abstração e Intuição.

Ótimo que existam artistas como Clécio Penedo, que conseguem expressar tão bem essa essência...”

Inegável a importância deste importante bonjardinense para a cultura nacional, Bom Jardim de Minas deveria orgulhar-se deste filho ilustre, expoente das artes e grande incentivador dos trabalhos do saudoso Guido de Paula na montagem do Acervo da Cidade.

 

 

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