A população dos municípios de Bom Jardim de Minas e Santa Rita de Jacutinga se mobilizam contra a empresa HY Brazil, que desde 2016 pede a liberação de uma licença ambiental para a construção de uma CGH - Centrais Geradoras Hidrelétricas - entre os dois municípios. Segundo manifestantes, não houve a divulgação do projeto para a população e somente o poder público dos dois municípios tiveram acesso.
Em janeiro de 2022, uma empresa terceirizada pela HY Brazil, especializada em diagnósticos locais, procurou empresários e secretarias municipais de Turismo para aplicar questionários sobre o empreendimento e apresentar o projeto, onde ouve uma grande resistência, e a partir destes contatos a população tomou conhecimento do projeto da obra.
Este empreendimento visa a captação de água no Ribeirão Jacutinga, às margens da MG457, em frente ao local conhecido como “Casa Mal Assombrada” ou “Bica D’Água”, onde a tubulação terá início, passando por baixo da Ponte do Ribeirão Jacutinga e seguindo por uma antiga estrada de ferro por cerca de 2 km onde, pela gravidade, a água chegará até o maquinário para a geração de energia.
O funcionamento da CGH, através dos estudos e relatório apresentados pela empresa, aponta que o volume de água da vazão ecológica será mantido durante quase todo ano em 20% do seu volume. População de Bom Jardim de Minas e Santa Rita de Jacutinga fazem manifestação contra a construção de CGH - Centrais Geradorashidrelétrica Para ambientalistas, políticos, empresários do comércio e turismo, “a construção desta hidrelétrica, além de causar impactos ambientais na Serra da Mantiqueira, irá prejudicar a atividade turística e econômica na região”.
Para a população que se opõe a esta obra, “nos momentos de maiores secas esta transposição das águas praticamente vai secar as cachoeiras e inviabilizar qualquer atividade turística no local, afetando drasticamente o volume de água das cachoeiras do Pacau, dos Sonhos, do Batismo, Escorrega e cachoeira do “Por Acaso”, trazendo grande impacto paisagístico, ambiental e econômico à região, inviabilizando a visitação turística”.
Segundo a empresa, durante a construção serão gerados, por um ano, em média 50 empregos diretos e indiretos, dividindo as contratações entre as duas cidades, e após a construção apenas dois funcionários serão contratados para a operação do maquinário da “Casa de Força”.
O turismo ecológico na região vem crescendo nos últimos anos nas duas cidades, onde esta atividade movimenta uma cadeia produtiva do turismo local, como guias, pousadas, restaurantes entre outras atividades.
Segundo os manifestantes, o pedido para a instalação deste empreendimento foi negado pela SUPRAM - Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento. Porém, a empresa alega que o local não é de visitação turística, e sim, área de pastagem. Mas de acordo com opiniões diversas, todo o quadrante atingido está em área de preservação ambiental e a visitação turística ocorre há cerca de 30 anos. Com isso, a mobilização está sendo feita com manifestações nas redes sociais, abaixo-assinados, grupos de empresários, agentes públicos e políticos das esferas municipal e estadual contra o empreendimento.
No dia 13 de fevereiro, uma manifestação está marcada na MG-457 km-15, próximo à Ponte da Cachoeira, com faixas, adesivos e panfletos contra a construção da CGH.