Os antigos contam, uns como lendas enquanto outros afirmam a veracidade dos fatos, que abriram o caminho do progresso desta cidade, com a descoberta das águas, narrando que alguns camaradas da fazenda das Palmeiras, de propriedade de D. Luiza Francisca Sampaio, à procura de alguns cavalos desaparecidos, vieram dar no sopé do Morro, e penetrando na mata, viram jorrando pelo lamaçal uma mina d’água. Como estivessem com muita sede pela grande caminhada que fizeram até ali resolveram mitigar a sêde, e ao bebê-la, notaram o seu diferente sabor com muito espanto, admirados voltaram à fazenda levando aquela notícia, que logo se propagou por todo o município de Baependi e dali para outras paragens.
Entretanto outros já contam diferente. Dizem de dois carpinteiros da fazenda do Caxambu, à procura de um cedro, penetraram na mata, e descobrindo um de proporções adequadas ao seviço que empreendiam, resolveram derruba-lo. Entretanto ao deslocar as sua raízes, começou por entre as terras ali deixadas, jorrar uma corrente d’água turva que logo se transformou na mais pura e límpida corrente.
Enquanto desgalhavam o cedro sentiram sede e, ao provar da água notaram igualmente o sabor diferente e espantados, correram à fazenda levando a notícia da descoberta.
Não podemos afirmar essa ou aquela, seja a versão correta, e quanto à época podemos dizer que tais fatos ou melhor essas ocorrências, se deram mais ou menos pelo ano de 1813, embora o escritor José Alberto Pelúcia em seu livro “Baependy” faça referências às recordações de Teixeira Leal, que em 1842 já dizia que as águas eram conhecidas desde 1762 ou 1772.
Quanto a essa suposição não possuímos documentários nem informações concretas no que se refere às recordações de Teixeira Leal.
Podemos como marco inicial de Caxambu, hastear uma bandeira em 1748, quando Estácio da Silva, solicitou ao bispado de Mariana licença para a construção de uma capela nos terrenos onde morava.
Em 1814 quando começaram a surgir as primeira notícias do descobrimento das águas minerais, ainda não possuía nenhuma casa nas proximidades das minas, que somente em 1844, começaram a surgir graças aos trabalhos de Felício Germano de Oliveira Mafra, que com dedicação e esforço desbravava o matagal existente e procurando descobrir novas fontes, cujas águas de efeitos medicinais, vinham chamado a atenção dos enfermos, que para aqui convergiam às dezenas, em busca de cura para seus males.
Graças a esse toque inicial impulsionado por Oliveira Mafra, uma nova era descortinou-se de progresso ininterrupto para este vale, para mais tarde vir a tornar-se a Hidrópolis mais querida e mais simpática ao povo brasileiro. Em 1841, em vista das notícias propagadas, da existência de “águas santas e miraculosas” para aqui chegavam diariamente pessoas com doenças as mais diversas em busca de cura. Foi notada uma grande quantidade de enfermos de Mal de Hansen, e em vista disso a fim de evitar o contagio, o meritíssimo juiz da Comarca de Baependy, dr. Aleixo Teixeira de Carvalho, mandou intimá-los a deixarem o vale no prazo de 48 horas.
Mafra descobriu 4 fontes, sendo a primeira fonte que Caxambu possuiu, segundo nos afirma o dr. Henrique Monat, foi extinta, devido a uma grande quantidade de cascalho que, contra a vontade de Mafra, foi depositadas por cima dela, pois pensavam eles que a água mais suja tinha maior poder de cura. Ate hoje não sabemos dizer onde existiu esta fonte. As 3 outras foram D. Leopoldina, D. Pedro e D. Isabel.
Embora, desde essa época começasse a afluir gente em busca de curas, o local desenvolvia-se lentamente e assim é que Nogueira Penido, citado pelo dr. Monat, dizia: “Em 1852, quando ali fui pela primeira vez não existia nenhuma casa, e andei pelo brejo e matas procurando as fontes”.
Em 1861 somente, é que se foi estendendo verdadeiramente a sua fama, e foram as fontes desapropriadas pelo governo da então Província de Minas Gerais, e a 16 de novembro de 1875, foi então criada a freguesia de Na. Sa. dos Remédios de Caxambu.
Somente em 16 de setembro de 1901 é que foi criado o município e vila de Caxambu, desmembrando-se então de Baependy.
Em 2 de janeiro de 1905 foi instalada a Prefeitura passando o município a ser administrado por um prefeito nomeado pelo governo do Estado, e a 18 de setembro de 1915 foi criado o termo judiciário, recebendo assim a categoria de cidade. Até 1947 foi administrativamente governada por prefeitos nomeados pelo Estado e, em virtude da nova constituição, a partir de 31 de janeiro de 1948 a administração de Caxambu esta sendo exercida por prefeitos eleitos pelo povo do município.
Foi eleito nessa ocasião o ilustre médico dr. Lysandro Carneiro Guimarães.
A Comarca foi instalada em 15 de novembro de 1948, tendo sido nomeado juiz o dr. Orlando Lopes Coelho que aqui permaneceu até sua promoção, no início do ano de 1956.
Entre os freqüentadores ilustres que visitaram esta estância nos primeiros tempos, destacamos o padre Joaquim Camilo de Brito, vigário de Barbacena, 1849; o padre Corrêa de Almeida, cujo nome foi dado ao grupo escolar local, o Duque de Caxias, Teófilo Benedito Ottoni, e em 1868 aqui estiveram a princesa Isabel e o conde D’Eu. Os nomes das fontes com denominações dos membros da família imperial, advêm da época.