A queda de um muro de arrimo construído pela Prefeitura de Caxambu (MG) fez com que pelo menos cinco casas fossem interditadas pela Defesa Civil no bairro Santa Rita, no entanto, apenas uma residência foi desocupada. Os moradores se recusam a deixar os imóveis e alegam que a prefeitura não se manifestou sobre o problema.
Para chegar a algumas casas, é preciso improvisar. Alguns moradores utilizam uma escada que não oferece segurança, como é o caso de Julina Franco Araújo, que comprou a casa três dias antes do muro cair e teve que improvisar outra saída. “O paredão caiu e bloqueou uma das entradas. Ficamos dias sem energia e sem água e ninguém veio até aqui para arrumar. Por enquanto criamos uma saída alternativa”, disse.
A família do eletricista Nilton Rodrigues Junior também vive uma situação delicada. O quintal dele ficou completamente destruído e o muro também caiu. A Defesa Civil forneceu uma lona para impedir que o solo seja encharcado, mas segundo ele, a terra continua cedendo. Mas, mesmo com o imóvel interditado, ele continua na casa. “Eu fiquei aqui pois tenho medo de abandonar o local e ter meus objetos e móveis roubados. A situação é difícil, porque eu não durmo, com medo da casa cair”, declarou.
Por enquanto, a dona de casa Lilian Santos Lima foi a única moradora que deixou o imóvel. A casa em que ela vivia ainda tem detritos da queda do muro. “Eu fiz um boletim de ocorrência e saí da casa”, disse.
Questionado sobre o problema, o prefeito Jurandir Ubirajara Beline disse que ofereceu abrigo temporário para os moradores que foram afetados pela queda do muro de arrimo, mas que eles não aceitaram. “Nós chamamos a Polícia Militar, fizemos uma ocorrência e caso aconteça algo mais grave, a prefeitura está isenta de qualquer responsabilidade. Infelizmente os moradores não querem sair”, pontuou.
Já o engenheiro da prefeitura, Gabriel Ferreira Filho se comprometeu a resolver o problema, mas afirmou que isso só será possível após o período de chuva. “Será feito um novo muro, mas o início só poderá ser no período de estiagem. O terreno se degradou por uma série de razões próprias daquele local e por isso temos que ter um cuidado especial na hora de fazer outro”, explicou.
Fonte G1