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Olinto Deodato dos Reis Meireles, prefeito de Belo Horizonte em 1910, nasceu na antiga São Sebastião da Encruzilhada, em 1864. Foi também médico, e o memorialista e médico Pedro Nava assim o descreve, em Beira-Mar: “tinha sessenta e dois anos quando fui seu aluno. Era professor muito zeloso e cheio de consciência. Esgotava religiosamente o programa, dando suas aulas com uma pontualidade implacável. A sequência de suas lições era sempre a mesma. Recordação da doença cuja terapêutica ia ser focalizada. Depois a descrição detalhada do tratamento específico (se o havia), do tratamento de fundo e da medicação dos sintomas. Olinto Meireles era um homem magro, muito claro, olhos esverdeados, cabelos muito lisos abertos do lado e levantados na frente pelo topete de sua época. Foi dos primeiros médicos a chegar à nascente Belo Horizonte, ocupou sua Prefeitura e é um dos beneméritos de nossa Faculdade. Graças a ele tivemos a doação, pela Municipalidade, do terreno onde se ergueram o prédio antigo e o atual”. (Pedro Nava, Beira-Mar, R.J.: José Olympio, 1979, p.302)
No Arquivo Público da P.M.B.H. consta o texto:
“Nascido no interior mineiro, em São Sebastião das Encruzilhadas (atual Cruzilia), no ano de 1864, veio a assumir a Prefeitura aos 46 anos de idade, em 1910, substituindo Benjamim Franklin Silviano Brandão.
Doutor em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, antes de entrar para a vida pública, atuou como clínico em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo; em Bemposta, no Rio de Janeiro; e em Thebas de Leopoldina. Em 1897, fixou-se em Belo Horizonte, dedicando-se à profissão. Participou da fundação da Santa Casa de Misericórdia e da Faculdade Livre de Medicina, da qual também foi diretor e professor. Foi também inspetor escolar na capital durante cinco anos.
Entrou para a vida pública quando se filiou ao Partido Republicano. Foi também vice-presidente do Conselho Deliberativo de BH durante cinco anos. Foi nomeado prefeito de Belo Horizonte pelo então governador do Estado, Wenceslau Brás, em 9 de setembro de 1910.
Dentre as ações de maior destaque de Olinto frente à Prefeitura, vale destacar as construções da Usina de Gás Pobre, da ferrovia que liga BH a Arcos, pontes, edifícios do Conselho Deliberativo e o Palácio da Justiça; inspeções sanitárias e fiscalizações na alimentação pública e nas habitações; numeração de casas e designação de ruas, praças e avenidas nas áreas urbanas e suburbanas. Ocupou o cargo até setembro de 1914.
Após sua saída da Prefeitura, Olinto ainda atuou como chefe dos serviços médicos da Estrada de Ferro Oeste de Minas, na administração de Carvalho de Brito; tesoureiro da Delegacia Fiscal do Tesouro Federal em Minas Gerais. Dedicou-se também ao jornalismo, sendo correspondente em Minas do “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro. Faleceu em julho de 1948, em Belo Horizonte”.
Fonte: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte – APCBH/ Prefeitos de Belo Horizonte 1897-1997
