Antônio Gonçalves Maciel nasceu no dia 30 de julho de 1924 na cidade de Cruzília. Era filho de Antônio Gonçalves de Góes e Maria Delfina Maciel, conhecida como Maria da Cava, mulher admirada e respeitada pela sua grande generosidade e pela sua contribuição social como parteira, desempenhando um papel muito importante para o município, onde ajudou inúmeras pessoas, em uma época onde “praticamente” não existiam os recursos da medicina como hoje.
Antônio passou sua infância e adolescência nas terras da família, de nome Cafundó, onde aprendeu a trabalhar como um homem do campo. Ainda jovem trabalhou em algumas fazendas, como a Capoeira Grande e a Quitanda. Como servente de pedreiro ajudou a construir a Igrejinha do Cafundó, nas terras que pertenciam ao seu avô Justo Maciel.
Em 21 de junho de 1944, casou com Maria Aparecida Pereira, com quem viveu por 60 anos e teve 11 filhos: José Vicente, Wanda, João Bosco (in memorian), José Sebastião, Camilo, Ademir, Carlinhos, Márcio, Lucas, Lúcia e Fernando, os quais lhe deram 28 netos e 26 bisnetos.
Homem íntegro e muito sincero foi um esposo dedicado e honroso. Nas muitas lembranças de seu neto Kleber, duas não lhe saem da memória. A primeira era sobre os ensinamentos que seu avô passava referente aos trabalhos da roça; e a segunda era ver sempre seu avô sentado, anotando as mercadorias que sua avó ia ditando pacientemente, e nessa atitude via o amor e o respeito que tinham um pelo outro.
Como pai, foi exemplo de honestidade, amor e sabedoria. Do trabalho fez seu hobby e conquistou sou pedaço de terra, chamado Chacrinha, com muito esforço. Acordava ainda de madrugada para tirar leite, cuidar dos animais e tinha como seu lugar predileto “O RANCHO”. Hoje é considerado pelos familiares um lugar nostálgico e mágico, onde todos ainda chamam carinhosamente por “Chacrinha do vô Antônio”. Lá ele fez sua vida, criou seus filhos e recebia, com muita alegria, todos seus os familiares e amigos.
Muito religioso e acompanhado do seu inseparável chapéu de palha, Antônio não perdia a missa das 10h aos domingos, na Igreja Matriz, e todo ano doava um bezerro para ajudar nas festividades de São Sebastião, padroeiro da cidade.
Era conhecido, respeitado e muito querido por todos.
Na sua simplicidade soube passar grandes valores para a sua família e amigos. Uma vez perguntado sobre o que era viver bem ele disse: “Viver bem, para mim é acordar cedo, tirar o leite das vacas, cumprir minha tarefa de todo dia, ir à missa nos domingos e ver o que falta na minha casa. Para mim é isso.”
Antônio faleceu em 19 de novembro de 2004 e soube mostrar que ‘da vida não levamos nada’, mas podemos deixar muitos exemplos bons.