Diferentemente do que acontece há muitos anos no País, onde os palcos para projeção de novos músicos e compositores tornam-se um cenário cada vez mais raro, a cidade de Cruzília mantém uma de suas mais importantes e valiosas tradições.
Nos dias 25 , 26 e 27 de julho foi realizada a trigésima terceira edição de um evento artístico que tem como finalidade mostrar os talentos da música popular brasileira, onde músicos de várias cidades do sul de Minas e de outros estados participam e têm a oportunidade de se unir a um público que a cada ano vem aumentando, o que destaca a cidade como um exemplo de preservação, em especial, da arte musical mineira, em um empreendimento invejável, inclusive para muitos municípios de maior porte e estrutura no sul de Minas, que abandonaram - ou nunca se dedicaram - à organização de tais eventos.
Entre mais de cem músicas inscritas, trinta e cinco foram selecionadas por profissionais da comissão organizadora.
Assim como nos muitos anos anteriores, a música de qualidade tomou conta do lugar. Instrumentistas de várias idades dividiam o mesmo espaço, onde as apresentações dos mais experientes orientavam, como em uma escola, os novos apaixonados pela arte da composição.
A praça Monsenhor João Câncio foi o cenário para que as músicas selecionadas fossem colocadas à apreciação do público e dos jurados, onde a literatura também encontrou lugar com o lançamento do livro Pedaços de Minas e sua gente, da repórter Vanilda Aparecida de Souza, que retrata as lendas e crônicas da região.
O cantor Peninha levou para o palco músicas que marcaram época, e o Trio Zé Virgílio fez com que a plateia esquecesse o frio.
Os troféus, que receberam o nome de José Vicente Maciel Alckmin, foi uma homenagem ao grande músico cruziliense, um mestre do violão e grande intérprete de peças da música instrumental brasileira, gravadas em um disco de vinil - os famosos long plays - que na década de 60, ao lado das gravações de Dilermando Reis, Canhoto da Paraíba, entre vários outros, ocupava as prateleiras dos aficcionados pelos grandes violonistas brasileiros. José Vicente foi o primeiro músico a registrar um trabalho instrumental no estúdio da gravadora Bemol, em Belo Horizonte, recém-inaugurada naquela década.
Uma premiação de R$ 15.500,00 foi distribuída entre os vencedores.
A música Silêncio e Escuridão, interpretada por Zebeto Correia - BH, conquistou o primeiro lugar. O segundo foi para Alcides Neves, de Barueri – SP, com Choro para Santa Efigênia; Raquel Batalha, de Queimados – RJ, ficou com o 3º lugar e o troféu Melhor Intérprete, com Regras do Jogo; Estilhaços, interpretada por Marcos Orfeu, de Cruzília – MG, foi o 4º lugar e também premiada como melhor composição Local; e Edmar Arantes, de Cruzília, foi classificado em 5º lugar, com a música Com os Ventos do Norte, além de receber o prêmio pelo melhor arranjo. A música Milhares, interpretada por Ruth Glória, de Formiga – MG, recebeu destaque pela melhor comunicação com o público.
A realização do Festival foi da Prefeitura de Cruzília, com organização da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, representada por Silvinho Cunha, e pelos coordenadores de seus departamentos de Cultura, Newton Maciel; de Esporte, Eduardo Arantes; e de Turismo, Gisele Maciel.
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