18/03/2023 16h30
Aumento do teor de biodiesel deve vir com revisão de especificações, defende IBP
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) defendeu, neste sábado, 18, que a decisão sobre o aumento de mistura do biodiesel ao diesel, para um teor de 12%, deve vir acompanhada "da revisão urgente das especificações atuais do biodiesel, compatÃveis com os novos teores, acompanhando a evolução tecnológica dos motores e as metas governamentais de redução das emissões e da abertura da importação do biodiesel".
O IBP reconheceu que a decisão do aumento de biodiesel ao diesel confere previsibilidade para que toda a cadeia esteja preparada para entregar o produto, e programar seus investimentos, mas destacou que é necessário o enquadramento regulatório de novas e mais modernas rotas tecnológicas de produção de biocombustÃveis ciclo diesel - como o diesel verde (HVO) e a parcela renovável do diesel de coprocessamento produzido nas refinarias, hoje tecnologias amplamente utilizadas em nÃvel mundial.
No Brasil, a Petrobras tenta incluir o seu diesel R, produzido a partir de processamento de óleo diesel mineral com óleo vegetal, em uma unidade de hidrotratamento (HDT), no mandato da mistura ao diesel.
"Estas novas rotas tecnológicas devem ser contempladas nas polÃticas públicas de incentivo ao avanço dos biocombustÃveis como é o caso do mandato de mistura compulsória ao diesel e da elegibilidade para emissão de CBIOs, no âmbito do Programa RenovaBio", defende o IBP.
Para o Instituto, os chamados biocombustÃveis avançados apresentam maior estabilidade e são drop-in, isto é, podem ser misturados ao diesel fóssil em qualquer proporção, sem a necessidade de adaptações em infraestrutura de movimentação ou nos motores que utilizam o combustÃvel.
A entidade argumenta, ainda, que o incentivo à produção e ao uso desses novos combustÃveis renováveis possibilitaria ao Brasil não sofrer atraso tecnológico e atingir teores superiores de redução de emissões de gases efeito estufa (GEE). Além disso, ajudaria a reduzir as importações de diesel, já que o PaÃs não produz o suficiente para atender toda a demanda.
"O IBP reitera que está aberto ao diálogo com os órgãos públicos e demais setores ligados à produção de biocombustÃveis no sentido de evoluir nas discussões técnicas, com estudos que avaliem os impactos em toda a cadeia de forma sistêmica, visando sempre promover um mercado aberto, livre e competitivo, com segurança regulatória e energética, maximizando os benefÃcios para toda a sociedade", afirmou.
Fonte: Estadão Conteúdo