21/03/2017 18h30
Bovespa perde 2,93% na maior queda porcentual desde 1º de dezembro
A aversão ao risco vinda do cenário internacional deflagrou uma onda de ordens de venda de ações na Bovespa nesta terça-feira, 21. A queda dos preços das commodities se somou ao desconforto com o cenário polÃtico dos Estados Unidos e preocupações com questões polÃticas e econômicas na Europa. O cenário interno não trouxe notÃcias de grande destaque, mas manteve os investidores cautelosos. O episódio da Operação Carne Fraca perdeu intensidade hoje, mas continuou presente nos negócios. Ao final do pregão, o Ãndice Bovespa marcou 62.980,36 pontos, com perda de 2,93% - a maior queda porcentual desde 1º de dezembro de 2016 (-3,88%).
O Ãndice Bovespa chegou a ensaiar uma leve alta pela manhã (máxima de +0,12%), mas sucumbiu diante da abertura negativa das bolsas norte-americanas. Naquele mercado, pesaram fortes dúvidas quanto à capacidade do presidente Donald Trump conseguir avançar com medidas importantes, como a reforma tributária. O mercado de commodities também deu sua contribuição: o minério de ferro recuou 3,6% no mercado à vista chinês e teve reflexos em todo o setor de mineração. Os preços do petróleo chegaram a avançar temporariamente, mas inverteram a tendência e terminaram o dia em queda superior a 1%.
A queda das cotações de matérias-primas, num contexto de fuga do risco de paÃses emergentes, derrubou as ações da Vale em 8,19% (ON) e em 8,48% (PNA). A elevação do rating da mineradora, anunciada na véspera pela Moody's (de Ba3 para Ba2), acabou eclipsada pelas ordens de venda. Os papéis da Petrobras caÃram 3,39% (ON) e 4,41% (PN), no dia em que a estatal divulga o seu resultado financeiro do quarto trimestre.
No pregão desta terça, BRF ON teve queda de 1,24% e JBS ON recuou 0,37%. Marfrig ON avançou 1,12%. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar queda de 5,52% em março e alta de 4,57% em 2017. Na última sexta-feira (17), os investidores estrangeiros retiraram R$ 436,198 milhões da Bovespa. Em março, o saldo acumulado está negativo em R$ 2,829 bilhões. No acumulado de 2017, o fluxo de recursos estrangeiros está positivo em R$ 4,054 bilhões.
Fonte: Estadão Conteúdo