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Economia
06/02/2017 15h24

Credit Suisse vê Brasil retomar o crescimento em 2017 e retorno rápido de IPOs

A unidade brasileira do Credit Suisse, um dos maiores bancos de investimento do País, espera que a economia do Brasil cresça este ano e estimule um rápido aumento no número de ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês), disse José Olympio Pereira, diretor-executivo da unidade.

A economia brasileira deverá crescer a um ritmo de 2% na comparação anual no último trimestre de 2017, enquanto o número de IPOs este ano deverá voltar ao patamar de 2013, com cerca de 10 ofertas, disse Pereira em entrevista à Dow Jones Newswires. Para o ano inteiro, o executivo vê a economia crescer até 0,5%.

O Brasil tem visto uma seca em IPOs nos últimos dois anos em meio à recessão mais profunda desde que o país começou a manter os registros. Em 2016, apenas uma empresa de medicina diagnóstica, a Alliar, passou por planos de captação de capital por meio de oferta primária de ações na bolsa de valores brasileira. A venda, que ocorreu no final de outubro, quebrou um período de seca que durava desde junho de 2015.

Atualmente, há pelo menos três empresas no processo de planejamento de uma oferta primária de ações, incluindo duas empresas de aluguel de carros e uma em exames médicos, de acordo com um porta-voz da BM&FBovespa.

O recorde de IPOs no Brasil foi em 2007, quando mais de 60 empresas se tornaram públicas. O Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo, mas menos de 500 empresas estão listadas na BM&FBovespa.

Pereira se recusou a apontar para setores específicos, mas disse que seu banco tem um bons projetos de negócios para 2017 e observou que, apesar da recente escassez de IPOs, o dinheiro ainda estava fluindo para o país, que viu grandes fusões e aquisições em 2016. "Se até mesmo em tempos difíceis o dinheiro ainda chegava ao Brasil, imagine como será com um ambiente mais favorável?", disse Pereira.

Pereira listou alguns grandes negócios transfronteiriços que ocorreram no Brasil em 2016, incluindo a aquisição, por parte da China State Grid, de uma participação majoritária na gigante brasileira de energia elétrica CPFL Energia por US$ 4,5 bilhões. A Brookfield Asset Management, a maior administradora de ativos alternativos do Canadá, disse em setembro que ela e seus parceiros pagariam US$ 5,2 bilhões por uma participação de 90% em uma rede brasileira de distribuição de gás natural, comprando-a da Petrobras.

O Credit Suisse está atualmente representando clientes que buscam outros ativos da Petrobras, mas Pereira observou que fazer negócio no Brasil mudou desde o início da investigação Lava Jato na Petrobras.

"A Lava Jato nos tornou mais cuidadosos com as pessoas com quem estamos associados ... Precisamos entender o comportamento ou o nível de cumprimento de nossos clientes", disse ele, ressaltando que os esforços anticorrupção vão beneficiar o Brasil a longo prazo, apesar das "dores".

Sobre o presidente dos EUA, Donald Trump, Pereira disse que o banco não fez nenhuma "mudança estratégica" antes da mudança de governo no país. Fonte: Dow Jones Newswires

Fonte: Estadão Conteúdo
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