04/03/2017 09h18
Planalto pressiona deputados por reforma da Previdência
Passado o recesso do carnaval, o governo abriu uma forte ofensiva para ver aprovada na Câmara a reforma da Previdência com o mÃnimo de mudanças no projeto original. Esse esforço, iniciado oficialmente nesta sexta-feira (03), inclui ameaça de retirada de cargos dos parlamentares da base que votarem contra a medida; campanha nas redes sociais feita pelo PMDB afirmando que programas sociais, como o Bolsa FamÃlia, acabarão sem a aprovação da reforma; e o corpo a corpo que será retomado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Congresso.
Uma força-tarefa liderada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), esteve no gabinete de Meirelles na sexta-feira poela manhã. O que seria uma reunião rápida durou cerca de duas horas e, ao final, Maia, que defendia regras "mais escalonadas" para a transição ao regime de idade mÃnima de 65 anos para a aposentadoria, deixou o Ministério informando que havia mudado de ideia. "Até semana passada eu defendia que podia ter um perÃodo um pouco maior, mas fui convencido de que não é necessário", disse, na saÃda.
A conversa com o ministro Meirelles foi centrada nos três pontos da reforma considerados essenciais pelo governo: a idade mÃnima de 65 anos para homens e mulheres se habilitarem à aposentadoria; o regime de transição que valerá para homens acima de 50 anos de idade e mulheres acima de 45, e a impossibilidade de duplo benefÃcio.
Rodrigo Maia deixou o encontro na Fazenda dizendo que quer aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara entre a segunda quinzena de abril e o inÃcio de maio. E negou que tenha discutido a flexibilização de pontos da reforma. "Pedi a reunião para discutir ponto a ponto, principalmente aquilo que tem gerado mais polêmica", afirmou. "Não viemos pedir mudança em nenhum ponto, o que queremos é clareza em cada ponto polêmico para que possamos fazer defesa pública da votação que é a mais importante que o Brasil terá neste ano".
Interlocutores do Palácio do Planalto dizem que os parlamentares da base precisarão comprovar se realmente estão com o governo. A primeira ação do governo deverá ser mapear os deputados da base crÃticos à PEC na comissão e substituÃ-los.
O discurso oficial é que a Reforma da Previdência pode ser aprovada na comissão especial até o final deste mês, o que a tornaria apta para votação em plenário a partir de abril. Os aliados do governo trabalham com um prazo de aprovação em dois turnos na Câmara, entre 15 de abril e 10 de maio. Se tiver mais de 308 votos, a matéria seguirá para o Senado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo