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Economia
13/02/2017 09h18

Presidente diz que Estado do Peru não contratará mais a Odebrecht

O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou em mensagem televisionada no domingo que a construtora brasileira Odebrecht não será mais contratada para obras pelo Estado peruano. Além disso, o líder disse que a empreiteira deverá pagar suas dívidas antes de transferir seus recursos para o exterior. Kuczynski garantiu que as empresas sentenciadas por corrupção não poderão jamais fazer negócios com o governo e que os funcionários sentenciados pelo mesmo crime nunca mais atuarão no serviço público.

Em mensagem televisionada no Peru, Kuczynski citou medidas contra empresas que admitiram sua culpa em atos de corrupção e foram condenadas por isso. Segundo ele, o caso da Odebrecht "é o maior, mas não é o único". Kuczynski disse que o dinheiro da venda de ativos da Odebrecht deverá ir para um fundo, a fim de garantir o pagamento da multa imposta pela Justiça peruana.

No ano passado, a Odebrecht admitiu em acordo com o Departamento de Justiça dos EUA que pagou US$ 800 milhões em subornos em toda a América Latina, incluindo US$ 29 milhões durante os governos do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006) e dois de seus sucessores, Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

Em comunicado, o governo peruano disse que Kuczynski conversou com o presidente dos EUA, Donald Trump, e pediu a deportação de Toledo, acusado de receber subornos da Odebrecht. A Casa Branca emitiu comunicado sobre o diálogo, mas sem citar essa solicitação.

Toledo escreveu em sua conta no Twitter que "nunca fugiu" e exigiu um "juízo justo", embora não tenha esclarecido se voltará ao Peru para se entregar à Justiça. Toledo disse que está disposto a colaborar com a Justiça, contanto que ela seja "justa". "Nunca fugi de nenhum desafio. Defenderei meu bom nome sob condições que não me prejulguem culpado", afirmou ele.

O governo peruano disse acreditar que Toledo continua em San Francisco e que ele teria comprado passagem de avião para ir a Israel. A chancelaria israelense disse, porém, que Toledo será admitido em Israel apenas após "seus assuntos no Peru serem resolvidos". A mulher de Toledo tem cidadania belga e israelense e Israel e o Peru não possuem tratado de extradição. Fonte: Associated Press.

Fonte: Estadão Conteúdo
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