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Economia
02/02/2017 18h57

Queda do dólar é conduzida por exterior e eleição de Maia na Câmara

O dólar fechou em baixa nesta quinta-feira, 2, pelo segundo dia consecutivo, alinhado ao exterior. Desde cedo, o movimento foi conduzido por uma contínua resposta ao tom mais ameno do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e a sinalização de que o atual governo norte-americano preferiria uma moeda mais fraca. Por aqui, a sessão foi marcada por intenso noticiário político, com a escolha do presidente da Câmara e do novo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Os nomes do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do ministro Edson Fachin para os respectivos cargos não trouxeram grande impacto para o mercado, mas ajudaram a garantir nova queda do dólar.

No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,73%, aos R$ 3,1203, acumulando a perda de 0,95% em dois dias. O valor de fechamento ficou bem próximo da média do dia (R$ 3,1200), tendo variado entre a mínima de R$ 3,1080 (-1,12%) e a máxima de R$ 3,1303 (-0,41%). De acordo com dados registrados na clearing da BM&FBovespa, o volume de negócios totalizou US$ 928,979 milhões.

O dólar futuro para março encerrou em queda de 0,19%, aos R$ 3,1440, com mínima em R$ 3,1280 (-0,70%) e máxima R$ 3,1500 (estável). O ativo movimentou US$ 12,153 bilhões.

A relativa tranquilidade no cenário doméstico alimentou expectativa de entrada de recursos no País, que já vem ocorrendo com captações externas. No fim da tarde, a Rumo Logística fechou emissão externa de US$ 750 milhões com taxa a 7,375%, de acordo com fontes. As emissões de companhias brasileiras somam, apenas em 2017, US$ 7,7 bilhões. A expectativa de fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, é de que ainda acessem o mercado externo no começo deste ano nomes como Braskem, Cemig, Vale e Gerdau.

A expectativa também ronda em torno da retomada das ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), que pode trazer capital estrangeiro para o País. De acordo com a Coluna do Broad, a locadora de veículos Movida está correndo para conseguir ser a primeira da lista em 2017. Até o momento, a demanda estava correspondendo a cerca de metade da oferta, considerando o preço mais baixo da faixa indicativa, de R$ 8,90 e R$ 11,30. O fim das apresentações aos investidores, o chamado roadshow, no entanto, ocorre apenas na próxima segunda-feira, dia 06, quando a ação no âmbito da oferta será precificada. Ou seja: há ainda dois dias para os investidores se animarem com a companhia.

Lá fora, o Fed sinalizou ontem não ter tanta pressa para elevar juros nos Estados Unidos e o presidente Donald Trump tem indicado que gostaria de um dólar mais fraco, para beneficiar o país em relações comerciais. No fim do dia, o dólar recuava 0,93% frente ao peso mexicano e caía 1,03% ante a moeda da Austrália.

Por outro lado, o Banco Central do Brasil já indicou que poderia reduzir seu estoque de swap cambial tradicional, numa operação que geraria pressão de alta no dólar. Na terça-feira, o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, sinalizou que pode reduzir o estoque já a partir de março. "Nós podemos rolar parcialmente se quisermos, ou rolar tudo ou não rolar nada. Depende das condições", afirmou o dirigente.

Fonte: Estadão Conteúdo
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