01/02/2023 19h20
Tarefa de reduzir inflação ainda não está completa, afirma presidente do Fed
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse que a tarefa de baixar a elevada inflação nos Estados Unidos ainda não foi concluÃda. Segundo ele, os EUA ainda convivem com a maior inflação dos últimos anos.
"O trabalho não está totalmente feito", enfatizou Powell, a jornalistas, no perÃodo da tarde desta quarta.
Ele afirmou que o Fed tem instrumentos disponÃveis para o caso de haver aperto excessivo nos EUA. Na sua visão, seria prematuro declarar vitória contra a inflação e que ainda há muito trabalho pela frente. "Eu acho que vai ser prematuro vai ser muito prematuro declarar vitória, ou pensar que realmente conseguimos isso, precisamos ver nossas forças de meta para derrubar a inflação. E como fazemos isso? Havia muitos, muitos fatores impulsionando a inflação nesse setor."
Powell disse que, pela primeira vez, é possÃvel afirmar que o processo desinflacionário nos EUA começou. No entanto, conforme ele, ainda não há desinflação no setor de serviços, exceto no mercado residencial. "Vemos inflação mais persistente no setor de serviços", reforçou.
Juro terminal
O presidente do Federal Reserve afirmou que não tem certeza sobre qual será a taxa de juros terminal nos EUA e que os dados entre agora e março vão balizar a decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) em sua próxima reunião, que acontece no mês que vem. "Na reunião de março, vamos atualizar essas avaliações. Nós não as atualizamos hoje", disse Powell, a jornalistas, acrescentando que devem ser mais elevadas do que as atuais.
De acordo com ele, o FOMC não tem a intenção ou o desejo de apertar a polÃtica monetária excessivamente. Reforçou ainda que aumentos contÃnuos das taxas serão apropriados para atingir uma postura de polÃtica "suficientemente restritiva" para trazer a inflação de volta para 2% ao ano, que é a meta da autoridade no longo prazo. As decisões do Fed continuam dependentes de dados, conforme Powell.
Em decisão unânime, o Fed anunciou nesta quarta elevação de 25 pontos-base como amplamente esperado pelo mercado em um novo abrandamento do processo de aperto monetário nos EUA. Com isso, os juros básicos norte-americanos passam para o intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano.
O movimento vem na sequência de uma desaceleração para 50 pontos-base após quatro elevações seguidas de 75 pontos-base, no aperto monetário mais veloz já implementado pelo Fed desde a década de 1980, sob pressão do risco de descontrole do custo de vida no PaÃs.
Teto da dÃvida
O presidente do Federal Reserve afirmou que o Congresso dos Estados Unidos precisa elevar o teto da dÃvida norte-americana. Na sua visão, a despeito de embates em torno do tema, esse será o resultado final. "Acredito que o Congresso acabará agindo como deve no final para aumentar o teto da dÃvida", disse ele.
Na sua visão, só há "um caminho a ser seguido" e qualquer alternativa ao aumento do teto da dÃvida seria "altamente arriscada". Alertou ainda que o Fed não pode "proteger a economia" de consequências caso o Congresso não atue em tempo hábil para aprovar o aumento do teto da dÃvida do paÃs.
"Isso elevar o teto da dÃvida é com o Congresso. É preciso aumentar o teto da dÃvida para que o governo dos Estados Unidos pague todas as suas obrigações. Qualquer desvio desse caminho seria altamente arriscado", alertou Powell.
Fonte: Estadão Conteúdo