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Economia
09/03/2017 17h39

Vendas dos supermercados caem 2,73% em 2016, diz Apas

O Faturamento Real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) no conceito de mesmas lojas (que considera as lojas em operação no tempo mínimo de 12 meses) registrou queda de 2,73% no período de janeiro a dezembro de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior, informa a Associação Paulista de Supermercados (Apas) em nota.

Em dezembro, a queda foi de 1,39% em relação a dezembro de 2015, e na comparação com novembro de 2016, a alta foi de 22,79%.

No conceito de todas as lojas - consideram todas as lojas criadas no período pesquisado - houve queda de -1,95% em 2016. Em dezembro, a alta foi de 2,71% em relação a dezembro de 2015, e de 24,34% em relação a novembro.

Segundo a entidade, ao longo de 2016, as vendas caíram expressivamente quando comparadas a 2014 e 2015, diante de um cenário econômico que contemplou uma inflação mais elevada ao longo do primeiro semestre, atrelado ao aumento no desemprego e a consequente queda no rendimento das famílias.

"A junção destes fatores afetou o poder de compra da população, reduzindo o volume de compras das famílias nos supermercados. O emprego e a renda são determinantes para as vendas de alimentos no Brasil, explica Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da APAS na nota.

O economista frisa que o setor supermercadista, mesmo diante de um cenário macroeconômico desfavorável, continua apresentando um desempenho mais favorável quando comparado a outras atividades econômicas. Desta forma, o desempenho dos supermercados é ainda superior ao registrado pelo PIB brasileiro, por exemplo.

"Enquanto a expectativa de queda do PIB em 2016 foi de 3,5%, os supermercados registraram queda de 2,73% nas vendas. Diante deste cenário, não há nada a se comemorar, porém, o setor supermercadista ao menos vem demonstrando que tem buscado alternativas para enfrentar este momento".

Já o Faturamento real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPCA/IBGE), no acumulado de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, apontou alta de 0,61% no conceito de mesmas lojas. Em dezembro, houve alta de 0,14% em relação a dezembro de 2015 e alta de 23,07% em relação a novembro. No conceito de todas as lojas, a alta foi de 1,42% de janeiro a dezembro em relação a 2015. Em dezembro, houve alta de 4,29% sobre dezembro de 2015 e de 24,63% em comparação com novembro.

O Faturamento nominal dos supermercados no Estado de São Paulo, no acumulado de janeiro a dezembro de 2016 em relação a 2015, teve alta de 9,35% no conceito de mesmas lojas. Em dezembro, a alta foi de 6,44% em relação a dezembro de 2015 e de 23,44% em relação a novembro. No conceito de todas lojas, a alta foi de 10,25% de janeiro a dezembro em relação ao ano anterior.

Em dezembro, a alta foi de 10,85% em relação ao mesmo mês de 2015 e de 25% em relação a novembro. Segundo a Apas, de modo geral, o desempenho do setor supermercadista em 2016 foi o menor desde 2007, quando o setor registrou queda de 1,60%.

2017

Para este ano, a expectativa da Apas é de recuperação lenta da economia brasileira, o que trará impactos positivos nas vendas dos supermercados. Isso porque, em um ambiente com melhora na atividade econômica, com reflexos na geração de emprego, a renda das famílias tende a subir, o que pode ser revertido em mais consumo das famílias, o que incluir os supermercados.

"O ano de 2017 desponta novamente como um ano de desafios, porém, a expectativa é que, diante de uma melhora na atividade econômica, principalmente a partir do segundo semestre, as variáveis de emprego e renda se recuperem e impactem positivamente as vendas nos supermercados", afirma Mariano.

Para o economista, um fator positivo que pode auxiliar na tendência de recuperação das vendas nos supermercados é a inflação mais moderada nos preços de alimentos para 2017, se comparado a 2016. Assim, a projeção de crescimento para as vendas nos supermercados paulistas está entre 1% e 2% em 2017, e o comportamento nos próximos meses ditará se a tendência será um crescimento mais próximo de 1% ou de 2%.

Fonte: Estadão Conteúdo
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