10/11/2022 11h40
Adversária do Brasil, Suíça quer ampliar fama de algoz de favoritos na Copa
A seleção suÃça carrega a fama de montar defesas robustas, capazes de impedir que os mais qualificados adversários sofram. Já foi eliminada de uma Copa do Mundo (a de 2006) sem levar gols. Os empates e vitórias magras perseguem a equipe, mas os ventos sopram de maneira a querer desmistificar o "ferrolho suÃço", principalmente no atual ciclo para o Mundial do Catar. No Oriente Médio, os suÃços reencontram o Brasil na segunda rodada, dia 28 de novembro, à s 13h. A série Adversários do Brasil, do Estadão, já tratou da Sérvia e se debruçará sobre Camarões, os outros integrantes do Grupo G.
Os últimos compromissos da seleção suÃça foram na Liga das Nações da Uefa. A equipe terminou na terceira posição, em um grupo com Espanha, Portugal e República Checa, somando três vitórias e três derrotas. Nos seis jogos em questão, a SuÃça teve uma média de 44% de posse de bola, com apenas três chutes na direção do gol por jogo e sofrendo cinco finalizações. Apesar de conseguir reduzir as chances dos adversários, a SuÃça tem dificuldade para criar no ataque. Seus rivais mais fortes precisam ter paciência.
Na Eurocopa, em 2021, a SuÃça não fez uma boa fase de grupos, mas surpreendeu no mata-mata, com o goleiro Sommer como grande destaque. Nas oitavas de final, desbancou nos pênaltis a França, atual campeã mundial. Nas quartas, segurou o empate com a seleção espanhola e levou o jogo para as penalidades, mas acabou eliminada. O jogo também marcou a despedida do técnico bósnio Vladimir Petkovic do comando técnico da equipe. Ele foi substituÃdo pelo ex-zagueiro suÃço Murat Yakin após oito anos como treinador da seleção suÃça.
DESBANCANDO FAVORITOS
A seleção suÃça vai para a sua quinta Copa do Mundo consecutiva, um feito jamais alcançado pelo paÃs. Desde 2006, a SuÃça se tornou uma pedra no sapato de grandes favoritos ao tÃtulo. Na Alemanha, segurou na estreia um 0 a 0 com a França, que viria a ser vice-campeã, e ainda terminou na liderança do Grupo G (composto também por Togo e Coreia do Sul).
Na Copa do Mundo da Ãfrica do Sul, em 2010, a SuÃça novamente fez sua partida inaugural com uma das protagonistas do torneio. Diante da futura campeã mundial Espanha, ganhou por 1 a 0 e colocou dúvidas sobre o time de Iniesta e Xavi. Tropeços contra Chile e Honduras, porém, fizeram os suÃços se despedirem ainda na primeira fase daquela disputa no paÃs de Nelson Mandela.
Em 2014, no Brasil, os holofotes se arrefeceram. Derrota por 5 a 2 para a França na fase de grupos e queda nas oitavas de final diante da Argentina, por 1 a 0. Mas em 2018, os disjuntores voltaram a ligar e a SuÃça empatou com o Brasil por 1 a 1 na largada da Copa da Rússia. No Catar, a seleção suÃça terá nova oportunidade de frustrar os planos brasileiros. "Estamos em um grupo muito forte em que o Brasil é favorito. O Brasil tem uma quantidade enorme de jogadores muito bons. Para eles, avançar de fase é quase uma obrigação", afirma o técnico Murat Yakin, em entrevista à Fifa.
Para chegar ao Oriente Médio, os suÃços empurraram a Itália, campeã europeia, para a repescagem. Nas Eliminatórias da Copa, liderou o Grupo C, com cinco vitórias e três derrotas. Contra os tetracampeões, seguraram dois empates que foram cruciais para a classificação direta dos suÃços para a Copa do Catar.
OUTRAS COPAS
A seleção suÃça participou de outras 11 edições de Copas do Mundo. A melhor classificação foi para as quartas de final, em 1934, 1938 e 1954, em que sediou o evento. Apenas em quatro ocasiões foi eliminada ainda na fase inicial (1950, 1962, 1966 e 2010).
ELENCO ENTROSADO
Os suÃços têm investido em melhorar o ambiente do grupo para chegar à Copa com muito foco e coesão entre os atletas. Além do futebol, o elenco se reuniu nas Datas Fifa em atividades descontraÃdas e até organizou um fim de semana com as famÃlias.
A seleção suÃça está em um dos atos finais de uma geração. A maioria dos jogadores é composta por atletas com mais de 25 anos. O goleiro Sommer (33 anos), o lateral-esquerdo Ricardo RodrÃguez (30), os meias Shaqiri (31) e Xhaka (30) e o atacante Seferovic (30) são figurinhas carimbadas do time.
Novos expoentes, porém, estão ganhando espaço no contexto do futebol europeu. O atacante Breel Embolo, de 25 anos, chegou ao Monaco nesta temporada após passagem bem-sucedida no futebol alemão, pelo Borussia Mönchengladbach e Schalke 04. No clube francês, anotou seis gols em seus 13 primeiros jogos.
Djibril Sow também tem 25 anos e foi campeão da Liga Europa com o Eintracht Frankfurt na última temporada. O meia tem ganhado expressão com o tÃtulo continental e esteve no radar de clubes da Premier League. Uma transferência pode ser acertada dependendo de seu desempenho na Copa.
ESTRATÉGIAS
O objetivo da SuÃça na Copa do Mundo do Catar não é apenas dificultar a vida das principais seleções, a começar pelo Brasil. Apesar das dificuldades, por encontrar seleções brasileira e sérvia melhores do que em 2018, o objetivo é chegar ao menos à s quartas de final.
O técnico Murat Yakin confia que, tendo todos os principais jogadores à disposição, poderá lutar por uma boa colocação no Mundial. "Queremos chegar o mais longe possÃvel em todos os torneios. Jogamos em um grupo difÃcil. Se todos os jogadores estiverem aptos, certamente podemos conseguir muito. Medimos forças com os melhores da Europa na Liga das Nações. Cada jogo é um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma boa oportunidade para vermos onde estamos. Jogamos em condições competitivas e podemos tirar conclusões importantes neste ano de Copa do Mundo", afirmou o treinador à Fifa.
A seleção suÃça estreia na Copa do Mundo do Catar no dia 24 de novembro, à s 7h, diante de Camarões. O segundo compromisso será contra a seleção brasileira no dia 28, à s 13h. Em 2 de dezembro, à s 16h, encerra a fase de grupos enfrentando a Sérvia. O Estadão conta tudo para você sobre a Copa do Catar.
Fonte: Estadão Conteúdo