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Esportes
12/09/2016 14h57

Agredidos antes de clássico em Recife, torcedores do Santa Cruz deixam hospital

Os dois torcedores do Santa Cruz brutalmente espancados na tarde do último domingo, antes da partida entre o time tricolor e seu arquirrival, o Sport, já estão em casa. Amilton Lima, 28 anos, que é dirigente da organizada Inferno Coral, deixou o hospital Getúlio Vargas na manhã desta segunda-feira, mesmo sem ter tido alta médica. O homem assinou um termo de responsabilidade e saiu da unidade de saúde, apesar de ainda precisar passar por uma cirurgia na face, para a correção de fraturas provocadas pelo espancamento. Já o segundo torcedor agredido, André Sales, também dirigente da Inferno Coral, foi liberado ainda no domingo após passar por atendimento e ter o braço esquerdo engessado.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ainda no início da noite do domingo, dois torcedores do Sport foram identificados e detidos por participação nas agressões. Victor Eduardo Gomes da Silva, de 20 anos, e um adolescente de 17 anos passaram a madrugada de domingo para segunda-feira sendo ouvidos pela Polícia Civil.

Em depoimento, Victor negou envolvimento no crime e apontou o adolescente como responsável pelo espancamento. O depoimento das vítimas, no entanto, contradiz a informação. Victor teria sido reconhecido por uma das vítimas. Além disso, ele aparece claramente em um dos vídeos que registram os espancamentos e foram enviados à polícia por moradores que presenciaram o ataque, ocorrido no bairro do Cordeiro, na zona oeste do Recife.

"Ele (Victor) nega ter participado da agressão, mas diz e aponta que o menor teria sido o responsável. O crime é bastante claro, não foi somente o menor que praticou as agressões, foram diversas pessoas", afirmou o delegado João Brito, que fez o flagrante.

Na manhã desta segunda-feira, Victor foi autuado pelos seguintes crimes: tentativa de homicídio qualificado, rixa, corrupção de menores, associação criminosa e por promover violência no trajeto de ida e volta do local do evento esportivo, todos tipificados no Código Penal, Estatuto da Criança e do Adolescente e no Estatuto de Defesa do Torcedor.

O delegado Paulo Furtado, do DHPP, assumiu o caso a partir desta segunda-feira e deverá concluir o inquérito em até 30 dias. "As investigações continuam e temos como prioridade a identificação de todos os participantes desse absurdo. Pelo que vimos nas imagens, pelo menos 15 pessoas acataram as duas vítimas. Vamos trabalhar para identificar e prender todos eles", destacou Furtado.

Historicamente, o clássico entre Santa Cruz e Sport é marcado por confrontos violentos das organizadas, antes e depois das partidas. No final da manhã desta segunda-feira, em entrevista a uma rádio local, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, defendeu a redução da maioridade penal e a pena de morte, ao comentar as agressões a torcedores do Santa Cruz antes da partida de domingo.

Segundo Carvalho, os agressores geralmente têm entre 16 e 30 anos e são "marginais adultos". "Nós temos bandidos de 16 e 17 anos, que são tratados como crianças que precisam de cuidado maternal. São facínoras. Eu, particularmente, sou a favor da pena de morte. Sempre fui e defendo calorosamente", comentou. O presidente da FPF afirmou ainda a entidade vai disponibilizar uma recompensa, em dinheiro, para quem entrar em contato com o Disque-Denúncia e ajudar na localização dos demais agressores.

Fonte: Estadão Conteúdo
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