29/05/2015 14h25
Blatter leva vantagem, mas eleição na Fifa vai para o 2º turno
A eleição para a presidência da Fifa foi para o segundo turno. Numa primeira rodada de votação, o suÃço Joseph Blatter, de 79 anos e atual presidente da entidade, recebeu 133 votos, contra 73 para o prÃncipe jordaniano Ali bin Al Hussein. Blatter precisava de 140 votos para vencer a eleição.
Os 133 votos não são suficientes para garantir dois terços de apoio do Congresso da Fifa. Assim, agora a eleição vai para o segundo turno. Nesta fase, se exigirá apenas maioria simples para se eleger o presidente da entidade.
Blatter usou seu último discurso para fazer um apelo emocionado por votos. "Eu só quero ficar com vocês", disse às 209 federações, enquanto a votação começava. Blatter entrou para a Fifa em 1976 e, desde 1998, é seu presidente.
Membros da CBF indicaram que consideraram a atitude de Blatter como uma "traição" diante da falta de apoio à detenção de José Maria Marin e à crise de corrupção na entidade. O Brasil, depois de declarar seu apoio à Blatter, estava inclinado a votar por Ali bin Hussein, o candidato da oposição. De fato, as detenções de cartolas nos últimos dias em Zurique deram um impulso para a campanha do opositor.
Antes da votação, Blatter pediu "unidade" e prometeu criar novos organismos dentro da entidade para fortalecer o futebol. "Não precisamos de revolução, mas de evolução", afirmou. "As pessoas me chamam de responsável por tudo. Está bem. Então assumo isso e vamos juntos para que, ao final de meu mandato, eu possa entregar uma Fifa forte, fora da tempestade", disse. "Eu prometo uma Fifa forte", insistiu. "Precisamos fortalecer as fileiras e ir adiante", lamentou. "Vamos recolocar a Fifa nos trilhos e vamos começar amanhã mesmo com isso", disse.
O cartola também rejeitou a tese de que estava por muito tempo na Fifa. "Mas o que é a noção de tempo. O tempo é eterno", disse. Para ele, os 17 anos de presidência foram "curtos".
Blatter insistiu que foi ele quem estabeleceu regras para tentar controlar o comportamento dos cartolas e garante que existe uma divisão de poderes dentro da entidade. "Mas não podemos controlar todos fora da Fifa", disse. Ele também alerta que cabe à s confederações regionais agir para se reformarem. "Só assim poderemos ter maior controle. Em nenhum paÃs um tribunal pode agir sozinho", insistiu.
ENCRUZILHADA - Ao discursar antes da eleição, Ali optou por um duro alerta e proliferou ataques velados ao cartola suÃço. "Tudo está em jogo", declarou. "A Fifa não existe numa bolha. O mundo nos olha. A Fifa não é uma pessoa", alertou. "Não poderia ver um momento mais decisivo para Fifa que este e temos o direito de um novo começo", insistiu.
"A mudança não ocorre em um dia. É um processo. Precisamos de uma cultura que apoie transparência", apelou. "Estamos numa encruzilhada e precisaremos de um lÃder para arrumar essa confusão em que estamos", insistiu.
Ele também havia prometido "não se esconder". "Vou assumir as responsabilidades", disse. "A Fifa não é uma empresa", contra-atacou Ali ao comentário de Blatter de que a entidade é uma empresa".
Fonte: Estadão Conteúdo