12/10/2017 08h30
COI diz que renúncia de Nuzman é 'passo importante' para o COB
Depois de chamar Carlos Arthur Nuzman de "grande amigo" durante os Jogos OlÃmpicos, o Comitê OlÃmpico Internacional agora diz que a renúncia do dirigente do cargo de presidente do Comitê OlÃmpico do Brasil (COB) é "um passo importante". A entidade internacional suspendeu o movimento olÃmpico brasileiro por conta dos escândalos de corrupção e cortou todo o repasse de verbas.
Preso desde quinta-feira passada, Nuzman encaminhou carta ao comitê anunciando sua renúncia na quarta-feira. O pedido foi lido por um de seus advogados na assembleia geral extraordinária que aconteceu nesta quarta, na sede do COB, no Rio de Janeiro. Na carta, dirigida aos membros da Assembleia com data de 11 de outubro de 2017, Nuzman fala da necessidade em se dedicar integralmente ao pleno exercÃcio de defesa e renuncia de modo "irrefutável e irretratável ao cargo de presidente do COB".
"Este é um passo importante, em especial porque entendemos que a renúncia agora de Nuzman é irrevogável", disse o COI, por meio de um comunicado. "Estamos em contato com a nova liderança do COB e esperamos por maiores informações", completou a entidade com sede em Lausanne, na SuÃça.
Com a saÃda definitiva de Nuzman, que comandava o comitê desde 1995 e tinha mandato previsto até 2020, o vice Paulo Wanderley Teixeira assume o comando da entidade. Ele presidiu a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) por 16 anos.
Nuzman foi preso durante a Operação Unfair Play, que investiga suposto esquema de compra de votos para o Rio de Janeiro ser sede da OlimpÃada do ano passado. Ele está detido preventivamente na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. Não há prazo para sua soltura.
Para dar um fim à suspensão ao COB, porém, o COI ainda quer saber da nova direção quais mudanças pretende realizar na estrutura de poder da entidade brasileira. Teixeira, por sua vez, já indicou sua disposição de viajar até a SuÃça para lidar com a suspensão.
Na semana passada, ao retirar de Nuzman todos seus cargos em Lausanne, o organismo internacional também afastou o COB do movimento olÃmpico e indicou que tal medida apenas seria revista quando houvesse mudanças na governabilidade da entidade brasileira que atendessem aos critérios do COI. Os representantes em Lausanne, porém, não disseram quais são esses critérios.
A postura do COI contrasta com o discurso que a entidade mantinha nos últimos meses de preparação do evento no Brasil, quando as suspeitas de corrupção já eram públicas no que se refere à s obras da Odebrecht. Em dezembro de 2015, o presidente do COI, Thomas Bach, indicou que não via a necessidade de pedir nem mesmo para ver os contratos entre a cidade do Rio de Janeiro e empresas envolvidas na Operação Lava Jato, como a Odebrecht, responsável por erguer o Centro Internacional de Transmissão e o Parque OlÃmpico.
"Temos total confiança no prefeito (Eduardo Paes) e na cidade, além de defender a presunção de inocência", afirmou Bach, naquele momento.
Fonte: Estadão Conteúdo