08/07/2022 11h00
COI lamenta morte de Shinzo Abe: 'Sem ele, não teria Olimpíada de Tóquio'
O presidente do Comitê OlÃmpico Internacional (COI), Thomas Bach, lamentou nesta sexta-feira a morte do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. O polÃtico foi assassinado a tiros enquanto fazia um discurso polÃtico em ano eleitoral na cidade de Nara, no oeste do Japão.
Bach exaltou a participação de Abe na execução dos Jogos OlÃmpicos de Tóquio, disputados no ano passado. "Sem o primeiro-ministro Shinzo Abe, esta OlimpÃada não teria acontecido e o sonho olÃmpico de atletas de todo o mundo não teria se tornado realidade", afirmou o dirigente do COI.
Ele também lembrou que partiu de Abe a decisão de adiar a OlimpÃada, de 2020 para 2021, em razão da pandemia de covid-19. "Somente sua visão, determinação e confiabilidade nos permitiram tomar a decisão sem precedentes de adiar os Jogos OlÃmpicos. Ele também queria estar conosco na OlimpÃada de Paris-2024 para mostrar seu comprometimento com o movimento olÃmpico e a parceria e amizade de confiança que se desenvolveram ao longo do tempo."
Bach afirmou que o movimento olÃmpico perdeu um "amigo querido". "O Japão perdeu um grande homem de estado e o COI perdeu um valioso apoiador e um querido amigo. Em nome do COI, gostaria de estender minhas sinceras condolências a sua famÃlia, amigos e ao povo japonês", declarou.
Shinzo Abe se tornou conhecido no movimento olÃmpico e no Brasil ao participar da cerimônia de encerramento dos Jogos OlÃmpicos do Rio-2016. Incorporando Mario Bros, ele estava "atrasado" para o evento e viajou por um túnel verde até chegar à cidade carioca. A "atuação" do então lÃder japonês como o personagem icônico dos games ganhou muitos aplausos do público no Maracanã. Ele esteve presente para representar a edição seguinte dos Jogos OlÃmpicos, em Tóquio.
Abe, de 67 anos, foi baleado enquanto discursava antes das eleições parlamentares. Ele ainda foi transportado de avião para um hospital após sofrer uma parada cardiorrespiratória, mas não resistiu. O suspeito foi identificado como Tetsuya Yamagami, de 41 anos. Ele foi preso por tentativa de homicÃdio e uma arma de fogo foi confiscada. A rede de TV NHK informou que o suspeito serviu na Força de Autodefesa MarÃtima - A Marinha Japonesa - por três anos na década de 2000.
O ataque a Abe foi transmitido ao vivo na TV. Abe discursava do lado de fora de uma estação de trem principal em Nara. De pé, vestido com um terno azul marinho, ele levantava o punho, quando um tiro é ouvido. Conforme o jornal The New York Times, a Agência Japonesa de Gerenciamento de Incêndios e Desastres confirmou que o ex-primeiro-ministro sofreu um ferimento de bala no pescoço e no peito. Ainda não há informações sobre a motivação do crime.
LÃderes mundiais tem lamentado ao longo do dia a morte de Shinzo Abe. O atentado foi um choque em uma das cidades mais seguras do mundo, localizada em um dos paÃses com algumas das mais rÃgidas leis de controle de armas. A Casa Branca enviou condolências à famÃlia do ex-premiê e disse estar acompanhando os desdobramentos do caso. No Twitter, o presidente da França, Emannuel Macron, enviou condolências para a famÃlia de Abe e afirmou que os franceses "apoiava o povo japonês". Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico que ontem anunciou sua renúncia, escreveu que a notÃcia do ataque o deixou "chocado e triste".
Conhecido por sua polÃtica de grandes estÃmulos fiscais, ele liderou o governo do paÃs asiático em duas ocasiões. Primeiro, de 2006 a 2007, quando renunciou após pouco mais de um ano de mandato por pressão popular, falta de apoio no Parlamento e questões de saúde. Depois, de 2012 a 2020, quando a saúde o levou a novamente abandonar o posto.
Fonte: Estadão Conteúdo