03/11/2017 11h20
COI lança manual de conduta para proteção de atletas em casos de assédio e abuso
O Comitê OlÃmpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira a criação de um manual de conduta para comitês olÃmpicos nacionais dos paÃses associados que visa garantir a proteção dos seus atletas diante de possÃveis casos de assédio e abuso sexual que possam ocorrer ou ter ocorrido em suas carreiras.
A iniciativa do COI atende ao anseio dos atletas, revelado em um fórum de atletas internacionais ocorrido em 2015. O manual é o último item de uma série de medidas do Grupo de Prevenção de Abuso e Assédio (PHAS, em inglês) junto à s comissões de atletas, médicos e cientistas da máxima entidade olÃmpica, que atuaram em colaboração com os comitês olÃmpicos nacionais, a Federação Internacional e organizações externas de apoio e proteção aos atletas.
O manual está disponÃvel na página oficial do Comitê OlÃmpico Internacional. Ele foi baseado em guias já existentes sobre o tema e tem ainda um "passo a passo" com recomendações médicas e de exposição, tendo como ponto central as polÃticas especÃficas de proteção na organização de competições e, ainda, oferece possÃveis soluções para os casos junto ao movimento olÃmpico.
O manual foi lançado na cidade de Praga, na República Checa, em um evento da assembleia da Associação de Comitês OlÃmpicos Nacionais (ANOC, em inglês). O presidente do COI, Thomas Bach, e o chefe do PHAS da entidade, Prince Feisal, estiveram presentes.
"O manual espera fornecer soluções e orientações para as entidades esportivas baseado no conhecimento e expertise de todos ao redor do mundo", explicou Feisal. "Seguindo as orientações deste manual, esperamos que todas as organizações esportivas implementem polÃticas e procedimentos que sejam efetivos e tenham um impacto a longo prazo no bem estar dos atletas", completou.
Bach, que foi atleta olÃmpico, seguiu na mesma linha, demonstrando apoio aos esportistas para que denunciem casos ocorridos em suas carreiras. "Como um ex-atleta, as vozes e preocupações dos atletas ressoam em mim", afirmou. "Elogiamos a coragem deles em falar sobre incidentes de assédio e abuso sexual, e nós os apoiamos em suas iniciativas. A segurança e o bem estar deles é primordial para o COI e o movimento olÃmpico. É responsabilidade de todos nós manter os atletas seguros e proteger os seus direitos".
As medidas propostas pelo manual entrarão em vigor já nos Jogos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em 2018, seguindo e ampliando uma medida tomada ainda antes, na OlimpÃada do Rio-2016, quando uma central foi montada pela organização do evento para atender possÃveis denúncias feitas pelos atletas.
No Brasil, o caso de abuso mais conhecido do público foi o da nadadora Joanna Maranhão, assediada por um ex-técnico quando era criança. Após um perÃodo de trauma psicológico que culminou até em uma aposentadoria precoce, ela retomou a carreira e hoje é uma das principais vozes do esporte do PaÃs na luta contra abusos sexuais de todo tipo, principalmente entre esportistas.
Fonte: Estadão Conteúdo