16/03/2017 11h40
COI quer número mínimo de testes antidoping para atletas disputarem Mundiais
Reunido a partir desta quinta-feira em Pyeongchang, na Coreia do Sul, sede da próxima edição dos Jogos OlÃmpicos de Inverno, o Comitê Executivo do Comitê OlÃmpico Internacional (COI) apresentou uma carta com 12 princÃpios para fortalecer o controle antidoping no esporte olÃmpico, reafirmando a necessidade de criação de uma autoridade independente de testes da Agência Mundial Antidoping (Wada). A ideia já havia sido apresentada em outubro.
Desta vez, o COI detalha os princÃpios que acredita serem necessários para que o combate ao doping se fortaleça, especialmente depois da publicação da versão final do relatório do investigador independente Robert McLaren.
Entre as novidades apresentadas nesta quinta-feira, chama a atenção a proposta de que a nova agência independente, chamada pela sigla ITA, junto com as federações internacionais, crie um Plano de Distribuição Internacional de Testes (ITDP, na sigla sugerida) que determine um número mÃnimo de testes antidoping para que um atleta seja elegÃvel para participar de Campeonatos Mundiais e dos Jogos OlÃmpicos. Quem não atingir esse piso, simplesmente não poderia competir.
Pela proposta do COI, seriam as agências antidoping nacionais, conhecidas como NADOs, as responsáveis por executar esses testes, com a Wada assegurando que o ITDP será implementado independente dos interesses nacionais. A ITA seria responsável por aplicar as polÃticas antidoping, tendo seu conselho formado por representantes de autoridades públicas, do movimento olÃmpico, da Wada e dos atletas.
Já com relação à Wada, o COI defende que a agência deve ser igualmente independente tanto das organizações esportivas, como a Fifa, quanto dos governos nacionais. "Isso é necessário por causa da percepção de que um conflito de interesses pode ser prejudicial à credibilidade do sistema antidoping", explica o COI, no primeiro item da carta com os 12 princÃpios.
Chama atenção, aliás, o fato de os itens de a sessão "fortalecer a Wada" apareçam na frente dos da sessão "criação de uma autoridade independente de testes", ainda que a maior novidade esteja nessa segunda. É que quando a ideia foi apresentada, houve um entendimento de que o COI queria enfraquecer a Wada, que continuaria a ser responsável pela polÃtica antidoping, mas não mais pelos exames.
Mas o COI agora indica que fortalecer a Wada é prioridade. Para isso, sugere também que os conselhos diretivos da entidade tenha o mesmo número de representantes de governos e de federações internacionais e que o espaço dados aos atletas cresça. O COI ainda pontua que os representantes dos atletas devem ser eleitos por eles (e não indicados, como é agora) e que os conselhos também incluam membros independentes.
Por foi, o documento do COI ainda defende que o presidente e o vice da Wada sejam neutros, sem nenhuma relação com governos ou federações. Craig Reedie, atual presidente da Wada, foi, durante três anos, também vice-presidente do COI.
Fonte: Estadão Conteúdo