31/07/2016 08h40
Delegações mínimas são a maioria no Rio-2016; San Marino almeja sua 1ª medalha
Se Belize, Gâmbia e Vanuatu não ficassem tão longe do Brasil, poderiam trazer os atletas para os Jogos do Rio juntos no mesmo micro-ônibus que não causariam aperto aos competidores. Juntos, os três paÃses virão para a OlimpÃada mais numerosa da história com apenas 11 atletas - um time de futebol - e são exemplos do quanto a festa mundial do esporte pode ser das multidões e também dos quase solitários.
O desfile de abertura, na próxima sexta-feira, vai apresentar o número recorde de 207 delegações. A presença no Rio de 11,4 mil atletas, porém, não deixa clara a forma como essa soma se tornou tão elevada. Quase metade dos paÃses, 101, vai trazer aos Jogos equipes com até dez competidores.
O mais diminuto é o "Time Tuvalu". O arquipélago da Oceania de 10 mil habitantes será representado no Rio por apenas um atleta. Timuani Etimoni terá a dura tarefa de tentar ser competitivo nos 100 m rasos, prova em que tem como melhor marca na carreira 11s72, Ãndice bem acima do recorde mundial, os 9s58 do jamaicano Usain Bolt, favorito ao ouro.
"Até querÃamos ter levado mais atletas, mas não conseguimos vaga nas seletivas de tênis de mesa e levantamento de peso, as nossas apostas", afirmou o secretário-geral do comitê olÃmpico do paÃs, Tito Isala.
O discurso do espÃrito olÃmpico de "o importante é competir" é o que move a vinda de atletas com poucas expectativas de resultados expressivos. Para Ilhas Salomão, o prêmio é ter conseguido garantir a presença de um trio. "Somos um paÃs pequeno e distante do Brasil. Muita gente daqui adora a nação pelo futebol e ir até esse paÃs já vale pelo valor, história e a experiência. Isso é maior do que qualquer preocupação que podemos ter sobre a sede", disse o diretor do comitê olÃmpico local, Ronald Bei Talasasa.
A delegações com poucos atletas, geralmente vindas de paÃses com pequenas populações, trazem curiosidades, como San Marino. A pequena república de 61 km² encravada no norte da Itália aposta em duas irmãs para subir ao pódio. Os destaques do quinteto de atletas são as atiradoras Arianna e Alessandra Perilli, rivais na prova de fossa olÃmpica, no tiro ao prato. "Somos só cinco atletas olÃmpicos em um paÃs de 33 mil habitantes. É muita emoção poder disputar uma OlimpÃada com minha irmã, uma grande satisfação. Espero que seja muito proveitoso", disse Alessandra.
Com 206 paÃses membros, o COI é mais numeroso do que a ONU e adota uma polÃtica de inclusão para organizar cada OlimpÃada. Todos os afiliados têm direito a pelo menos uma vaga masculina e outra feminina na natação e no atletismo. No Rio, a entidade vetou a presença do Kuwait (leia mais abaixo), mas terá duas delegações transnacionais: Atletas OlÃmpicos Refugiados e Atletas OlÃmpicos Independentes.
O COI também aposta em um programa de bolsas para auxiliar atletas de paÃses de maior necessidade. No Rio, estão confirmados 839 competidores que recebem assistência financeira, técnica e cobertura de gastos com passagens.
O Brasil levará a segunda maior delegação dos Jogos, 479, atrás apenas dos 561 americanos. Os atletas da casa serão mais numerosos do que as 90 menores delegações somadas. Somente o elenco à disposição do técnico Rogério Micale no futebol masculino iguala a quantidade da soma de competidores dos nove paÃses que terão dois atletas cada. / COLABOROU DEMETRIO VECCHIOLI
Fonte: Estadão Conteúdo