03/03/2016 07h48
Emanuel confirma que ausência de Olimpíada motivou aposentadoria antecipada
Considerado o melhor jogador da história do vôlei de praia brasileiro, Emanuel explicou que decidiu antecipar a aposentadoria motivado pela ausência nos Jogos OlÃmpicos do Rio. A condição de reserva deixou o atleta de 42 anos em uma posição desconfortável. O último torneio será o Grand Slam do Rio de Janeiro, etapa do Circuito Mundial -, com o parceiro Ricardo, de 8 a 13 de março. Será o fim de uma carreira de 25 anos e 155 tÃtulos conquistados.
Campeão olÃmpico em Atenas-2004 (com Ricardo), vice em Londres-2012 (com Alison) e terceiro colocado em Pequim-2008, (novamente com Ricardo), Emanuel formaria mais uma vez com Ricardo a parceria reserva para a OlimpÃada do Rio, em agosto. Se algum atleta titular (as duplas Evandro/Pedro Solberg e Alison/Bruno) se machucar, a Confederação Brasileira de Vôlei poderia convocar a dupla reserva. Mas Emanuel preferiu não esperar.
"Eu já havia pensado em parar em duas outras ocasiões, em 2009 e 2013, mas em ambas acabei me deparando com novos desafios e decidi continuar. Nesta OlimpÃada seria reserva e poderia até acabar jogando, mas não quero estar nessa posição, de aproveitar a eventual lesão de um colega para entrar no jogo. Já disputei cinco OlimpÃadas e agora prefiro ficar de fora, pela primeira vez curtindo."
Casado com a ex-jogadora de vôlei Leila e pai de dois filhos, de 5 e 18 anos, Emanuel foi eleito na semana passada presidente da Comissão de Atletas de Vôlei de Praia da CBV, um indicativo de seus próximos passos. "Já fiz cursos de gestão esportiva e há muito tempo tenho intermediado negociações com dirigentes, defendendo interesses dos atletas. Penso, sim, em me tornar um dirigente."
Por enquanto, porém, a ordem é aproveitar os últimos momentos de trabalho. "Não tenho lesão e ainda consigo jogar em alto nÃvel. Mas sei que não vou conseguir mais do que já conquistei. Minha missão como atleta já foi cumprida. Quero curtir esse último torneio, mas sei que desta vez serei o centro das atenções, então tenho uma última responsabilidade. Depois vou descansar, me habituar ao novo ritmo e pensar nos próximos passos".
Desde que o vôlei de praia se tornou esporte olÃmpico, em Atlanta-1996, esta será a primeira OlimpÃada da qual Emanuel não vai participar. "Ainda não imaginei como será, mas quero ir à Vila OlÃmpica, apoiar e tentar ajudar meus amigos. E torcer, sem compromisso", disse o atleta, que aposta nas duas principais duplas brasileiras. "Alison e Bruno e Larissa e Talita estão em um nÃvel muito bom e devem ter sucesso", prevê.
Técnica de Emanuel há sete anos, LetÃcia Pessoa conta que "está chorando há uma semana", desde que foi informada sobre a aposentadoria, mas que respeita a decisão. "Depois que a segunda vaga na OlimpÃada foi definida, ele se desmotivou totalmente, mesmo jogando em alto nÃvel. Eu via que ele não estava feliz, e fomos conversando, até que ele decidiu parar. Fico triste por perder uma companhia tão brilhante, mas feliz porque foi a carreira mais bem sucedida do vôlei de praia", disse.
Emanuel começou no vôlei de quadra em Curitiba. Em 1991 passou a se dedicar simultaneamente ao vôlei de praia e acabou optando pela modalidade. Começou a se destacar em 1994, quando ganhou o Brasil Masters com AluÃsio.
Fonte: Estadão Conteúdo