16/09/2017 06h10
Fifa decide excluir o Brasil do Tour da Taça da Copa do Mundo de 2018
O troféu da Copa do Mundo deixou o Museu da Fifa, em Zurique, na SuÃça, para visitar até junho do próximo ano 50 paÃses em seis continentes, além de 24 cidades na Rússia, mas não passará pelo Brasil. Será a primeira vez desde que o Tour da Taça teve inÃcio, antes do Mundial de 2006, que o troféu mais cobiçado do planeta não visitará o único paÃs pentacampeão.
Em nota enviada ao Estado, a Fifa justifica que o Brasil foi excluÃdo da turnê mundial porque o PaÃs sediou o último Mundial. "Infelizmente, não podemos parar em todos os paÃses, mas sabemos que alcançaremos milhões de fãs de futebol ao longo da rota que planejamos. Como o paÃs anfitrião da Copa do Mundo de 2014, o Brasil foi amplamente visitado durante a última edição do Tour da Taça", alegou a entidade.
Ainda de acordo com a Fifa, o objetivo é levar o troféu a novos territórios. "Em 2018, passaremos em 24 novas federações de futebol que nunca foram visitadas antes, enquanto tentamos garantir a maior presença global possÃvel". A Fifa não divulgou o custo da turnê, que passará pelos paÃses que sediaram os últimos sete Mundiais, com exceção do Brasil: México-1986, Itália-1990, Estados Unidos-1994, França-1998, Japão-2002, Alemanha-2006 e Ãfrica do Sul-2010.
O Estado, no entanto, apurou com fontes na CBF e na Fifa que um dos fatores que mais influenciaram a ausência do Brasil no Tour da Taça foram acordos comerciais assinados pelas duas entidades. Com patrocinadores rivais, Fifa e CBF só chegaram a um acordo para que o troféu visitasse o PaÃs em 2014 para uma longa turnê depois de muito debate sobre como evitar que as marcas da seleção brasileira fossem expostas em eventos com a taça. No caso de 2014, não havia como evitar o mercado brasileiro, sede do Mundial.
Para a Copa da Rússia, a Fifa e seus parceiros comerciais optaram por buscar mercados sem marcas concorrentes, evitando dar espaço para empresas rivais. Na América do Sul, por exemplo, são os casos de Chile, Argentina e Colômbia, os três paÃses escolhidos pela Fifa para a visita da taça.
PESO POLÃTICO - Nos bastidores da Fifa, a interpretação também é de que se o Brasil tivesse maior influência na cúpula do futebol mundial esse obstáculo comercial seria superado. Aspectos financeiros e polÃticos também tiveram peso decisivo na exclusão do PaÃs. Existem ainda pendências entre o Comitê Organizador da Copa de 2014 que continuam sendo negociadas com a Fifa.
A avaliação é de que a CBF, considerada pela Fifa como a maior confederação nacional de futebol do mundo, teria, em outros tempos, a capacidade de exigir fazer parte da turnê. Desde 2015, após a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin, acusado de corrupção, Marco Polo Del Nero, atual comandante da entidade, não viaja para fora do Brasil pelo risco de também ser detido.
Fonte: Estadão Conteúdo