25/09/2015 08h12
Fifa vai dar um ultimato e Del Nero pode ser substituído no Comitê Executivo
Ausente da Fifa desde maio, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, vai receber um ultimato: ou volta a participar das atividades da entidade ou terá de ser substituÃdo. Membros do alto escalão da Fifa revelaram à reportagem que "aturaram" duas ausências do brasileiro nas reuniões do Comitê Executivo. Mas não aceitarão uma terceira falta. Por enquanto, Del Nero continua a receber um salário anual de R$ 1,2 milhão por fazer parte do diretório do futebol mundial.
Nesta semana, o brasileiro uma vez mais não apareceu para os encontros da entidade. Ele preside o Comitê de Futebol OlÃmpico e ainda é vice-presidente do comitê que trata da organização da Copa do Mundo de 2018, que será na Rússia.
Del Nero não tem ido à s reuniões desde maio, quando José Maria Marin foi preso em Zurique. Mas, como não deixou a organização, seu salário anual continua a ser pago, em 300 mil francos suÃços. Fontes oficiais na entidade confirmaram que enquanto a Conmebol não indicar se Del Nero será substituÃdo, ele tem "o direito" a todos os benefÃcios de um membro do Comitê Executivo.
Pelas regras, é a Conmebol que tem três representações na Fifa e é a única que poderia pedir para ele sair. Mas, oficialmente, o presidente da Conmebol, Juan Angel Napout, evita falar em substituir Del Nero. "Não existem planos para isso".
O paraguaio não escondia o constrangimento diante da situação. "Não posso falar sobre esse assunto", lamentou. Questionado sobre o que teria conversado com o brasileiro antes de deixar a América do Sul, Napout sorriu. "Isso é um tema que não falo". Ele esteve com Del Nero na sede da CBF, no Rio, na última segunda-feira.
PRAZO - Na Fifa, dirigentes que se ocupam de assuntos de ética da entidade indicaram que a última chance acabou de expirar. Se Del Nero não aparecer na reunião da entidade em dezembro, por enquanto marcada para o Japão, ele estaria fora. Existiriam duas formas para retirar o brasileiro da entidade. A primeira delas seria a abertura de um processo no Comitê de Ética. Uma outra, preferida pela Conmebol, seria uma negociação para escolher um substituto.
Entre os demais membros do Comitê Executivo, a ausência de Del Nero gera um misto de ironias e crÃticas. Para Michel DHooghe, membro do Comitê Executivo da Fifa há 27 anos, a ausência é "inacreditável". Ele admite que são "atitudes como essa" que colaboram para a imagem "ruim" da Fifa. Na condição de anonimato, uma dirigente foi clara ao comentar a situação do brasileiro. "Isso é insustentável".
Nem a Fifa ousa falar da ausência de Del Nero. "Isso é algo para a CBF responder", afirmou a assessoria de imprensa da entidade. Na entidade brasileira, a assessoria de imprensa indicou que não comentaria a presença ou não do dirigente. Questionada sobre o salário, a CBF também não respondeu.
Fonte: Estadão Conteúdo