05/12/2016 07h09
'Força-tarefa' de três países irá apurar causas da queda de avião na Colômbia
Uma força-tarefa formada pelos governos de Brasil, Colômbia e BolÃvia investigará as causas da queda do avião da LaMia que matou 71 pessoas em MedellÃn. Entre as vÃtimas estavam a delegação da Chapecoense e um grupo de 20 profissionais de imprensa brasileiros.
O primeiro encontro que decidirá os rumos da investigação acontecerá nesta quarta-feira, em Santa Cruz de La Sierra, na BolÃvia. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve participar da reunião com procuradores-gerais da Colômbia, Néstor Humberto MartÃnez Neira, e da BolÃvia, Ramiro José Guerrero Peñaranda.
Foi Peñaranda que convidou os procuradores-gerais brasileiro e colombiano. "Esta reunião faz parte da iniciativa dos três procuradores-gerais para energizar a investigação deste evento infeliz e garantir que seja feita Justiça imediata para as famÃlias das vÃtimas", informou, por meio de comunicado, o governo boliviano.
A delegação da Chapecoense fretou o avião da LaMia para disputar a final da Copa Sul-Americana, que seria disputada em MedellÃn na última quarta-feira contra o Atlético Nacional. O time catarinense saiu de São Paulo, em voo comercial, até Santa Cruz de La Sierra, na BolÃvia.
A viagem da cidade boliviana até a Colômbia foi feita com a aeronave da LaMia, que caiu nos arredores do aeroporto de MedellÃn. As primeiras investigações apontam que a aeronave sofreu uma pane seca, falta de combustÃvel, segundo a Aeronáutica da Colômbia.
O tempo estimado da rota entre Santa Cruz de La Sierra e MedellÃn era de 4 horas e 22 minutos, e a distância a ser percorrida era de 2.985 km, apenas 15 quilômetros a menos do que o alcance máximo do jato, de cerca de 3 mil km.
Pelas normas internacionais de segurança, o plano de voo deveria ter sido recusado e o avião impedido de sair do aeroporto em Santa Cruz de La Sierra. Após o acidente, a LaMia, que é boliviana, teve sua atividades suspensas.
Neste domingo, o governo boliviano abriu uma investigação com o objetivo de esclarecer a relação da LaMia com funcionários da Direção Geral de Aeronáutica Civil (Dgac), uma espécie de ANAC boliviana.
"Nos chama atenção que exista uma ligação entre servidores e essa companhia aérea. Vamos até o fundo nesse assunto", disse o ministro de Obras Públicas da BolÃvia, Milton Claros. Segundo ele, também será investigada a relação da LaMia, que tinha apenas três aviões, com a Conmebol. A pequena empresa área tinha acesso a clubes e seleções de futebol sul-americanos.
Além disso, um grupo de 20 peritos vai analisar os dados de navegação e da caixa preta do avião. Esse trabalho será feito por ingleses porque o aeronave foi fabricada no Reino Unido, o que pode demorar seis meses.
Fonte: Estadão Conteúdo