14/07/2015 15h00
Marin diz 'não' para extradição e aposta em alto escalão do governo suíço
O ex-presidente da CBF José Maria Marin se recusa a ser extraditado voluntariamente aos Estados Unidos e contrata para uma longa batalha jurÃdica um ex-chefe do Departamento de Justiça da SuÃça. Nesta terça-feira, as autoridades suÃças realizaram a primeira audiência com o cartola, preso desde o dia 27 de maio em Zurique, a pedido dos EUA. Ele é acusado de corrupção e fraude.
Segundo seus advogados, Marin não aceitou a extradição, o que obriga a Justiça suÃça a abrir um procedimento e dar uma primeira resposta até 13 de agosto. Em sua defesa, os advogados de Marin insistiram que a documentação americana não trazia provas suficientes de um crime que, mesmo que houvesse, eles não seriam reconhecidos pelas leis suÃças.
Conforme a reportagem revelou na semana passada, as autoridades não o questionaram se ele era ou não inocente. O que se julga é apenas o pedido de extradição dos EUA, algo que os suÃços já indicaram que "tem base".
O "não" de Marin deu inÃcio a um longo processo. Se os suÃços autorizarem a extradição, ele ainda tem outras duas instâncias para recorrer, o que promete atrasar o processo até pelo menos o final do ano.
Até la, um dos advogados contratados para lutar contra a Justiça suÃça é justamente um ex-funcionário de alto escalão do governo suÃço. Ao lado de Georg Friedli, o principal advogado no caso, Marin será defendido por Rudolf Wyss, o ex-vice-diretor do Departamento de Justiça da SuÃça.
Há poucos anos, ele ficou conhecido por ter sugerido aos banqueiros suÃços que, se não quisessem ser presos nos EUA, que não viajassem mais para visitar clientes americanos. A administração de Barack Obama fez uma ofensiva contra as contas secretas. Ele ainda trabalhou na PolÃcia Federal suÃça, responsável por todos os temas de cooperação internacional entre 1996 e 2011.
Entre os casos mais emblemáticos de sua carreira na Justiça suÃça estão os confiscos de fortunas relacionadas a ditadores asiáticos e africanos, como o nigeriano Sani Abacha.
Fonte: Estadão Conteúdo