05/08/2015 07h10
Rio confia que entregará instalações dentro do prazo, mas ainda há indefinições
Parte das instalações esportivas que receberão as competições da OlimpÃada de 2016 está em fase avançada de construção e elas já podem ser avistadas, sobretudo na zona oeste, nas regiões da Barra da Tijuca e Deodoro. A um ano do inÃcio dos Jogos OlÃmpicos, em contagem regressiva de 365 dias que será iniciada com série de eventos nesta quarta-feira na Cidade das Artes, os organizadores dos Jogos do Rio estão confiantes de que os estádios e demais equipamentos serão entregues no prazo planejado, dado o adiantamento das obras.
A situação, porém, não é tão simples, pois há esportes que ainda não têm local de competição e a despoluição da BaÃa de Guanabara continua em ritmo lento.
Em dificuldades financeiras, o governo do Estado do Rio não pôde arcar com os R$ 60 milhões necessários à reforma do parque aquático Julio Delamare, no complexo esportivo do Maracanã (zona norte), que receberia as provas preliminares do polo aquático.
Até o momento o comitê organizador Rio-2016 não definiu onde as partidas serão realizadas. É provável que ocorra a transferência para o Parque OlÃmpico da Barra, o que demandaria a construção de uma nova piscina estimada em R$ 30 milhões.
O Comitê Rio-2016 terá de custear a adequação de uma quadra de aquecimento já existente e a construção de outra, provisória, no ginásio do Maracanãzinho, que receberá as disputas do vôlei. O governo fluminense também descartou reformar o Maracanã, palco das cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos. O estádio será entregue da forma que está.
Outro ponto que tem gerado polêmica é a reforma do Engenhão, na zona norte. ConstruÃdo para o Pan-2007, o estádio sofreu problemas estruturais na cobertura no inÃcio de 2014. Desde então passa por obras que deveriam ter terminado no fim de julho. Um novo prazo ainda não foi dado pela prefeitura.
Depois da reestruturação da cobertura, haverá a adequação do estádio à disputa do atletismo e ao torneio de futebol. "Nosso estádio olÃmpico tem áreas disponÃveis muito menores que Pequim (sede dos Jogos de 2008). Isso demanda negociação com a federação internacional", disse Rodrigo Garcia, diretor de esportes do Rio-2016. "Vamos cumprir os requerimentos básicos, mas eles sempre querem áreas a mais."
Garcia é responsável por negociar com as federações internacionais os projetos técnicos e esportivos dos Jogos que, segundo ele, demandam grandes esforços polÃticos, como o Engenhão.
O dirigente cita como exemplos de economia a transferência do campo de hóquei da Barra para Deodoro e a reutilização do campo de pentatlo moderno para a disputa do rúgbi. "Temos que analisar o cenário. O Brasil em 2009 era estável, em ascensão, e hoje há uma outra situação econômica", observou.
Já se sabe que a BaÃa de Guanabara não terá o nÃvel de tratamento de esgoto de 80%, conforme prometido durante a candidatura olÃmpica. O próprio governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) já admitiu que a meta não será alcançada.
No mês passado, as águas em que ocorrerão as provas de vela passaram a receber embarcações para a retirada de resÃduos sólidos flutuantes. Mas obras importantes de saneamento, como a ampliação da estação de tratamento de Alegria (zona norte), e a reforma da Marina da Glória (zona sul), não estão prontas.
Há um ano, a capacidade de tratamento de esgoto despejado na baÃa era de 41%. Hoje, alcança apenas 49%. Otimista, Pezão espera que daqui a um ano chegue a 65%.
A Vila OlÃmpica (Barra da Tijuca) já está 85% pronta, informam os responsáveis pelas obras, conduzidas por uma empresa privada. É provável que os apartamentos sejam liberados para os organizadores dos Jogos antes do prazo inicial, março de 2016. "Estamos seguindo o cronograma previsto, com a possibilidade de entregar antes", disse MaurÃcio Cruz, diretor do empreendimento.
O local ainda não tem uma aparência olÃmpica, apenas de construção imobiliária comum. Por enquanto, as únicas especificações feitas para os atletas são a altura dos chuveiros, a largura das portas e corredores, o tamanho dos elevadores e banheiros conforme a necessidade dos cadeirantes paralÃmpicos.
Fotografias aéreas feitas pelo Estado mostram grande evolução dos equipamentos olÃmpicos no Complexo de Deodoro, que anteriormente eram motivo de preocupação do Comitê OlÃmpico Internacional (COI), assim como o Velódromo, no Parque OlÃmpico da Barra, que deve ser entregue no último trimestre deste ano, segundo a Prefeitura do Rio.
Até o momento, as instalações olÃmpicas estão orçadas em R$ 6,6 bilhões, valor que deve aumentar após a divulgação da versão atualizada da Matriz de Responsabilidades, prevista para ser feita neste mês, por causa da inclusão de projetos que não estavam no documento anterior. A primeira versão da matriz apontava gastos menores, de R$ 5,64 bilhões.P
Fonte: Estadão Conteúdo