11/12/2014 08h20
River vence a Sul-Americana e consagra técnico Gallardo
Com o River Plate campeão da Copa Sul-Americana depois de 17 sem nenhum tÃtulo internacional, o Monumental de Nuñez viveu uma noite de muita festa quarta-feira à noite, em Buenos Aires. Entre tantas celebrações, talvez nenhuma tenha sido tão emocionada quanto a do técnico Marcelo Gallardo e seu filho Nahel, após o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Nacional, de MedellÃn.
Um dos maiores Ãdolos da história contemporânea do River, desde os tempos de jogador, Gallardo, de apenas 38 anos, perdeu a mãe à s vésperas do jogo semifinal contra o Boca Juniors, considerado o clássico mais importante do século. Aguentou a barra e viu o River ganhar do maior rival para voltar a uma decisão internacional.
Quando o River marcou o segundo gol da final contra o Atlético, com Pezzella, Gallardo fez a sua festa particular e seguiu para comemorar ao lado do filho de 16 anos, jogador das bases do River Plate, e que, como de costume, trabalhou como gandula na decisão. O abraço paternal marcou o jogo e a conquista histórica.
Já depois do fim do jogo, outra cena histórica. Ainda no gramado, emocionado, disse à s TVs que "foi difÃcil. Passaram muitas coisas nesse semestre. Agradeço aos jogadores porque entenderam como tinham que jogar, foram muito solidários". Ao terminar a entrevista, com os olhos marejados, deu um abraço forte no repórter e desabou em choro.
Um dos dois maiores times da Argentina, com 113 anos de história, o River Plate viveu tempos amargos recentemente. Em crise técnica e financeira, caiu para a segunda divisão em 2011. No fundo do poço, começou a se reinventar, inclusive com a chegada ou o retorno de Ãdolos, entre eles David Trezeguet.
A volta por cima começou este ano, com o tÃtulo do Torneio Clausura e da Superfinal (contra o San Lorenzo), fazendo do River o campeão argentino da temporada 2013/2014. Ramón DÃaz pediu demissão e Gallardo, um meia ofensivo formado no clube e com duas longas passagens por Nuñez foi contratado para ser o treinador.
Com Gallardo, o River passou a ser um time vistoso, que toca fácil a bola e manda no jogo. Foram 31 jogos de invencibilidade, contando todos os torneios, até que a sequência de partidas seguidas no fim do ano pesou e o River deixou o Racing tomar a dianteira no Argentino. Domingo, para ser campeão, o River precisa vencer o Quilmes e torcer por derrota do Racing para o Godoy Cruz.
Na Copa Sul-Americana, o tÃtulo veio de forma invicta, repetindo o que fez o São Paulo de 2012. Haviam sido seis vitórias seguidas (Godoy Cruz, Libertad-PAR e Estudiantes) até o primeiro empate, contra o Boca, em La Bombonera. A vitória por 1 a 0 no Monumental, na volta, aconteceu dois dias após a morte da mãe de Gallardo.
Na primeira partida da final, empate em 1 a 1 com o Atlético, em MedellÃn. A vitória diante de um Monumental de Nuñez lotado veio com dois gols seguidos de cabeça, após cobranças de escanteio. Mercado fez aos 10 do segundo tempo e Pezzella marcou aos 15. O argentino Armani, goleiro do time colombiano, já havia salvado do Atlético em diversas oportunidades.
Campeão da Libertadores e do Mundial em 1986 e da Supercopa do ano seguinte, o River não vencia nenhum tÃtulo internacional desde as conquistas da Libertadores de 1996 e da Supercopa de 1997, na última fase gloriosa da equipe. Na época, Marcelo Gallardo era um dos principais jogadores do time.
A conquista do River também deixa a Argentina como soberana na América do Sul no ano. Afinal, o San Lorenzo ganhou a Libertadores e a seleção argentina foi vice-campeã da Copa do Mundo.
Fonte: Estadão Conteúdo