04/10/2022 15h10
Tragédia na Indonésia ocorreu por causa de portões estreitos do estádio, diz PM
As 125 mortes ocorridas em uma cena lamentável de invasão de campo no sábado, em jogo na Indonésia, foram causadas por causa da impossibilidade de esvaziamento dos 14 portões do estádio de Malang. De acordo com investigações da polÃcia local, apenas duas pessoas conseguiam passar por vez nas apertadas entradas e muitos dos 42 mil queriam deixar o local rapidamente e acabaram gerando esmagamentos.
Assim que o jogo terminou, os torcedores do Arema FC entraram em campo revoltados com a quebra de tabu diante do Persebaya Surabaya, que fez 3 a 2 no estádio
Após 23 anos de insucessos. A polÃcia agiu rápido e recepcionou os invasores com gás lacrimogêneo. Muitos, em pânico com a confusão, tentaram deixar o local rapidamente e se depararam com as portas apertadas, ocasionando uma das maiores tragédias da história em campos de futebol.
A polÃcia indonésia revelou nesta terça-feira que a investigação foi concentrada nas gravações de vÃdeo de câmeras de vigilância de seis dos 14 portões onde a maioria das vÃtimas acabou morrendo. O porta-voz da polÃcia, Dedi Prasetyo, revelou que os portões estavam abertos, mas não conseguiam acomodar mais de duas pessoas por vez.
"Aqueles seis portões não estavam fechados, mas eram muito pequenos. Eles tinham uma capacidade para duas pessoas, mas havia centenas saindo juntas. Houve um
esmagamento", justificou Prasetyo. Ele acrescentou que os portões eram de responsabilidade dos organizadores da partida.
Os responsáveis por investigar o caso haviam removido um chefe de polÃcia e nove oficiais por responsabilidade no disparo do gás lacrimogêneo. Outros 18 oficiais estão sendo avaliados.
De acordo com regras da Fifa e da Confederação Asiática de Futebol, saÃdas dos estádios devem estar desbloqueadas o tempo todo durante um jogo por segurança. Apesar de a polÃcia jogar a culpa nos organizadores e alegar que os portões estavam abertos, torcedores presentes no jogo e que conseguiram deixar o estádio dizem o contrário e culpam a tragédia pelo fato de as entradas estarem trancadas.
"As pessoas tentaram se salvar depois que o gás lacrimogêneo foi disparado. Meu grupo foi separado", disse Prasetyo Pujiono, um agricultor de 32 anos de
Malang, que assistiu à partida com amigos perto do Portão 13. "As pessoas não podiam ficar mais dentro do estádio. QuerÃamos escapar, mas o portão estava fechado. É por isso que a maioria das pessoas morria quando era pisoteada ou
Sufocada. Eu me lembro que eles estavam gritando que não podiam respiram e seus olhos doÃam."
Centenas de torcedores do Arema e moradores de Malang estão homenageando as vÃtimas nos portões 12 e 13 desde o inÃcio da semana. Além de orações, pétalas de rosas, buquês de flores e vários lenços Arema foram espalhados pelo local.
Fonte: Estadão Conteúdo