28/08/2015 09h12
Velejador alemão diz que contraiu 'germes multirresistentes' na Baía de Guanabara
A novela envolvendo a poluição da BaÃa de Guabanara e os Jogos OlÃmpicos do Rio-2016 ganhou mais um capÃtulo, agora envolvendo um velejador alemão. Erik Heil, medalhista de bronze na classe 49er no evento-teste realizado na semana passada, alega ter contraÃdo "germes multirresistentes", que lhe causaram infecções nas pernas e na anca.
Em texto publicado em um blog de atletas no site da Confederação Alemã de Vela, Heil relata que nunca havia tido infecções na perna. "Eu suponho que eu tenha sido infectada no evento-teste. A causa é, provavelmente, a poluição da Marina da Glória, que tem um fluxo constante de águas residuais da cidade e hospitais", escreveu o velejador.
Na publicação, Heil e a Confederação Alemã não dão maiores detalhes sobre as causas da doença. Conta-se apenas que o velejador vai todos os dias a um hospital da capital Berlim e que as infecções devem ser tratadas e raspada. "Uma vez que nenhuma anestesia local é possÃvel, provavelmente você (o leitor) pode imaginar a dor de tal procedimento".
A polêmica é a terceira causada pela poluição da BaÃa de Guanabara apenas no evento-teste da vela. Primeiro o sul-coreano Wonwoo Cho alegou ter sofrido infecção por poluentes. Ele teve de ser internado no hospital Samaritano, na zona sul do Rio, após sofrer um quadro de desidratação, e sentir indisposição abdominal e dor de cabeça. Segundo seu técnico, Danny Ok, o problema ocorreu em consequência do contato do atleta com a água poluÃda da BaÃa.
Mas o Comitê Rio-2016, alegou que não há razões que apontem o contato com água como causa do problema. Após o primeiro atendimento ainda no local de prova, o sul-coreano recebeu um litro de soro, medicação para dor de cabeça e teria deixado o hospital duas horas depois livre dos sintomas. No dia seguinte, aliás, voltou à competição.
Depois de encerrado o evento-teste, o ex-velejador Lars Grael contou que os brasileiros Samuel Albrecht e Isabel Swan, competidores da classe Nacra17, foram prejudicados pela sujeira, uma vez que um plástico grande ficou preso no leme deles em uma das regatas Ainda de acordo com o ex-velejador, o leme deles desarmou e o barco então saiu do rumo. Com isso, eles tiveram uma capotagem e atribuÃram isso ao plástico.
A condição da água da BaÃa de Guanabara é um dos pontos de maior fragilidade da OlimpÃada do Rio. Recentemente, o governador Luiz Fernando Pezão admitiu que não será cumprida a meta de tratar 80% do esgoto despejado no local. Perto da Marina da Glória, onde os atletas partem para o mar, inclusive, há despejo de esgoto sem tratamento, mas os organizadores garantem que nas áreas de competição a qualidade da água é própria para banho.
Fonte: Estadão Conteúdo