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Esportes
13/04/2023 11h30

WTA, ATP e ITF encerram boicote à China por Shuai Peng e retomam torneios no país

As entidades que regem o tênis mundial encerraram o boicote que estavam fazendo à China por causa do desaparecimento da tenista chinesa Shuai Peng. Nos últimos dias, a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), a Federação Internacional de Tênis (ITF) e até a Associação do Tênis Feminino (WTA) voltaram a planejar a realização de torneios no país asiático.

O último bastião de resistência contra o retorno do tênis profissional à China era a WTA. O presidente da entidade, Steve Simon, havia estabelecido condições para o retorno do circuito feminino ao país. Entre elas estava um encontro com Peng para saber se a tenista está bem e uma investigação transparente sobre as acusações feitas pela chinesa, que disse ter sido vítima de crimes sexuais que teriam sido cometidos pelo ex-vice primeiro-ministro da China Gaoli Zhang, em novembro de 2021.

Simon, no entanto, recuou da decisão apesar de ter não alcançado as condições estabelecidas diante das autoridades chinesas. E decidiu retomar as competições em solo chinês com o apoio de representantes dos tenistas e dos torneio.

"A postura que assumimos na época foi adequada. E nós defendemos isso. Mas, 16 meses depois, estamos convencidos de que nossos pedidos não serão atendidos. E continuar com a mesma estratégia não faz sentido", disse o presidente da WTA, em entrevista à agência de notícias The Associated Press.

"Então, precisávamos adotar uma abordagem diferente. Com isso, nossos membros acreditam que é hora de retomar a missão na China, onde acreditamos que podemos continuar fazendo uma diferença positiva, como temos feito nos últimos 20 anos. E, ao mesmo tempo, garantir que Peng não seja esquecida. Ao retornar, esperamos que mais progressos possam ser feitos."

Ex-líder do ranking de duplas, Peng denunciou suposto crime sexual do ex-vice primeiro-ministro em uma mensagem publicada na rede social Weibo, em novembro de 2021. O post foi censurado pelo governo chinês e deletado poucos minutos depois. Mas foi copiado e divulgado pela jornalista japonesa Emily Peng, correspondente do canal de TV NPR em Pequim.

A tenista chinesa não voltou a fazer publicações nos dias seguintes e foi dada como desaparecida, sem participar dos torneios do circuito profissional. O desaparecimento mobilizou o mundo do tênis. Atletas, como a japonesa Naomi Osaka, e dirigentes das principais entidades, como a WTA, vieram a público para pedir explicações ao governo chinês.

Meses depois, Peng concedeu entrevistas a jornais ocidentais negando ter sido vítima de crimes sexuais e disse que a postagem foi um mal-entendido. A tenista, sem retornar aos torneios, passou a fazer aparições públicas pontuais em grandes eventos, como aconteceu na Olimpíada de Inverno de Pequim, em fevereiro do ano passado.

Apesar destas raras aparições, o presidente da WTA diz que "recebeu garantias de pessoas próximas a ela, com as quais estivemos em contato, que ela está segura e morando com sua família em Pequim". Por fim, ele argumentou que a decisão de voltar à China é "uma decisão organizacional": "A grande maioria dos atletas apoiou e queria ver um retorno e sentiu que era hora de voltar".

Oficialmente, o fim do boicote deve ser anunciado no próximo mês. A ATP e a ITF já confirmaram que também vão voltar a realizar torneios em solo chinês. A programação da WTA será revelada nas próximas semanas. Segundo Simon, as competições devem ser retomadas no país em setembro e deve incluir o WTA Finals, na cidade de Shenzhen, no fim da temporada.

Fonte: Estadão Conteúdo
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