06/12/2022 12h20
Biomm pede à Anvisa autorização definitiva de vacina inalável contra a covid-19
A biofarmacêutica Biomm anunciou na segunda-feira, 5, ter solicitado aval definitivo para uso de vacina inalável contra a covid-19, Convidecia Air, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A empresa brasileira é parceira da chinesa CanSino, que desenvolveu o imunizante. A ideia do laboratório é oferecer mais uma opção de imunizante para dose de reforço.
"A submissão visa a ampliar o acesso à vacinação por meio de mais uma opção de imunizante contra a covid-19. É importante ressaltar ainda que, além dos benefÃcios para a população, a vacina inalável apresenta economia para o sistema de saúde por utilizar apenas um quinto da dose intramuscular", destacou, em nota, Heraldo Marchezini, CEO da Biomm.
A biofarmacêutica brasileira destacou que o pedido de uso da Convidecia Air integra o processo de registro da versão injetável do imunizante, iniciado em maio deste ano. Ambas, conforme a CanSino, foram desenvolvidas a partir do adenovÃrus tipo 5 - vÃrus brando do sistema respiratório que causa sintomas semelhantes aos do resfriado comum -, modificado geneticamente para carregar as informações necessárias para sintetizar as proteÃnas novo coronavÃrus.
A vacina é inovadora por não necessitar de uma injeção para ser aplicada. A aplicação depende apenas de um nebulizador para transformar o lÃquido em aerossol para inalação pela boca. De acordo com a Biomm, a Convidecia Air foi aprovada na China e teve uso emergencial liberado no Marrocos.
Em estudo publicado na revista cientÃfica The Lancet Respiratory Medicine, cientistas da CanSino destacam que resultados sugerem que uma imunização de reforço heteróloga (com vacinas diferentes) com a vacina inalável "é segura e altamente imunogênica". Os testes objetivaram analisar a imunogenicidade do imunizante em adultos chineses que haviam recebido duas doses da Coronavac.
Assim que houver aprovação da Anvisa, a Biomm prevê importar as vacinas Convidecia, injetável e inalável, e, posteriormente, produzir os imunizantes em sua planta em Nova Lima (MG).
Ao Estadão, a Anvisa informou que recebeu o pedido de inclusão da vacina injetável no processo ainda no dia 1° de dezembro. A agência frisou que o imunizante tem mesma formulação do injetável, logo, trata-se de inclusão de "nova via de administração, através de um dispositivo especÃfico"; além de destacar que "continua a avaliação da vacina injetável, visando a concluir o mais rapidamente possÃvel", mas sem informar datas.
Fonte: Estadão Conteúdo