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20/09/2012 10h26

Brasil População mundial terá traços brasileiros no futuro

População mundial terá traços brasileiros no futuro


Em alguns séculos, a maior parte da população mundial terá traços brasileiros, segundo estudo de Stephen Stearns, professor de ecologia e evolução biológica da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. A conclusão foi publicada no site Business Insider.

Segundo o especialista, jamais haverá homogeneidade entre todos os povos do mundo, mas a tendência é que a miscigenação, que ocorre em maior ou menor escala em todos os lugares do planeta, torne o "ser humano médio" uma mistura de africanos, nativos do continente americano e europeus, com uma predominância parda e poucas pessoas de pele muito clara ou muito escura. Essa aparência foi classificada como "brasileira".

Como exemplo das mudanças que já ocorrem, Stearns citou estudos realizados em 2002 pelos cientistas Mark Grant e Diane Lauderdale, que encontrou apenas 1 em cada 6 moradores dos Estados Unidos não-hispânicos com olhos azuis. Segundo a dupla, a proporção caiu mais de 50% em 100 anos. A explicação é a tendência crescente de pessoas a se relacionarem com outras que não pertencem ao mesmo grupo ancestral. Sendo assim, é mais difícil a formação de casais com os genes de olhos azuis (que são recessivos), por exemplo.

O biologista John McDonald, da Universidade de Dalware, defende que, além dos olhos claros, outros genes recessivos não devem desaparecer nos Estados Unidos, mas se tornarão cada vez mais raros. "A maioria dos imigrantes que chegam aos Estados Unidos vêm da Ásia, África e América do Sul, o que levará características predominantes do norte da Europa, como cabelo loiro e sardas, sejam cada vez menos encontrados, por conta da miscigenação", explica.

Por outro lado, outras características físicas devem simplesmente aparecer misturadas com mais frequência, mas não necessariamente diminuir de forma significativa entre os americanos. "Alguns traços que acreditamos serem provenientes de diferentes grupos (como a cor da pele e o formato dos olhos ou do rosto) são controlados por genes múltiplos e não seguem uma relação dominante/recessiva paterna. Nesses casos, as miscigenações vão apenas tornar as pessoas mais parecidas entre si. Os americanos médios passarão a ter cabelos mais escuros e pele parda", analisa McDonald.

Invenção da bicicleta e "família azul" marcam história da genética

Outros dados ressaltados nas pesquisas de Stephen Stearns mostram que, antes da invenção da bicicleta, a distância média do nascimento de pais e mães de uma criança inglesa era de 1,6 km. Porém, durante o século XIX, conforme os meios de transporte se aperfeiçoaram, essa estatística aumentou para 48 km em média. Desde então, esse número aumentou e a tendência hoje é que sejam cada vez mais comuns filhos de pais nascidos com milhares de quilômetros de distância entre si, muitas vezes oriundos de continentes diferentes.

A imigração e a globalização enfraquecem os grupos étnicos distintos, como a de homens azuis que existiu em Troublesome Creek, nas montanhas do Estado americano do Kentucky. O peculiar caso ocorreu após a passagem de seis gerações entre os anos 1800 e 1960, descendentes de um imigrante francês chamado Martin Fugate, que tinha uma rara condição sanguínea chamada metemoglobinemia, causada pela junção de um mesmo gene recessivo, responsável por azular a pele.

Isolados em uma região sem ligação com o resto do mundo, os parentes de Fugate se relacionaram apenas entre si e mantiveram o gene extremamente raro. Segundo o Business Insider, a história daquela família resume grosseiramente o acoplamento humano desde os primeiros registros: grupos étnicos distintos surgem porque populações próximas se reproduzem entre si, compartilham genes e mantêm características comuns, também influenciadas pelas condições climáticas e a seleção natural. A tendência, porém, é que, com a passagem do tempo, aumente a incidência de miscigenação entre os diferentes grupos - e o local onde isso é mais visível atualmente é no Brasil.






Fonte: Terra

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