01/10/2014 09h35
Chuva acima da média em SP não eleva 2 mananciais
Aguardada como a única solução para recuperar o Sistema Cantareira, a chuva acima da média nos reservatórios não foi suficiente para elevar o nÃvel de dois dos seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo no mês de setembro.
Tanto o Sistema Alto Tietê, o segundo maior que atende a região metropolitana, quanto o Rio Claro, o menor deles, registraram no mês passado uma pluviometria acumulada de 22% e 33,3% acima da média histórica do mês, respectivamente.
No Alto Tietê, cujos reservatórios ficam entre Salesópolis e Suzano, na região leste da Grande São Paulo, o volume registrado no mês passado foi de 103,1 milÃmetros, dos quais 64 milÃmetros só na forte chuva da última sexta-feira, ante 84,5 milÃmetros da média histórica.
Mesmo assim, o nÃvel do manancial caiu 18,8% no mês, de 15,4% da capacidade no dia 1.º para 12,5% nesta terça-feira, 30. Com 521 bilhões de litros de volume máximo, o Alto Tietê abastece hoje cerca de 4 milhões de pessoas, sendo 1 milhão que recebiam água do Cantareira antes da crise de estiagem.
Já no Rio Claro, a pluviometria acumulada em setembro foi de 196,1 milÃmetros, ante a média histórica de 147 milÃmetros. Apesar das chuvas, o nÃvel do sistema, que tem capacidade de 13 bilhões de litros, caiu de 74,2% no inÃcio do mês para 61,8% ontem, queda de 16,71%.
Assim como o Alto Tietê, o Rio Claro também tem sido usado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para socorrer regiões atendidas pelo Cantareira. Enquanto a empresa reduziu em cerca de 10 mil litros por segundo o volume de água retirado do principal sistema, o Alto Tietê e o Rio Claro tiveram a capacidade de produção de água ampliada na crise.
"Imagine uma caixa dágua onde você despeja um copo cheio por dia e retira três para beber. Não tem como o nÃvel das represas subir com esse déficit", afirma Ideval Souza Costa, geólogo da USP.
Segundo a Sabesp, "é incorreto avaliar a recuperação dos mananciais apenas considerando a pluviometria". "É preciso que as chuvas sejam contÃnuas, a terra está seca e no inÃcio absorve toda a água", afirma. "Setembro é só inÃcio das chuvas e uma transição entre o perÃodo seco e o chuvoso", completa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo