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24/09/2014 10h25

Câmara de SP aponta sobrepreço de 26% em serviço 156

Um relatório produzido por técnicos da Câmara Municipal aponta "indícios de superfaturamento" na execução dos contratos do serviço 156, o telemarketing da Prefeitura de São Paulo, na gestão Fernando Haddad (PT). O documento se baseia em cotações de mercado para afirmar que há sobrepreço de cerca de 26% nos custos e, de janeiro "até o mês de maio, o prejuízo foi de R$ 2,4 milhões".

A Prefeitura, que já encontrou irregularidades no contrato por meio de apuração da Controladoria-Geral do Município (CGM), diz que vai apurar qualquer irregularidade identificada pela Câmara. A Secretaria de Comunicação, que responde pelo serviço, criou uma comissão para investigar o caso.

Os técnicos contestam a forma como a empresa Call Tecnologia, que opera o serviço, é remunerada. Dizem que o pagamento é feito pelo tempo que a Call mantém operadores disponíveis, uma forma "inadequada e não usual no mercado paulista", que cobraria por horas de atendimento prestado.
"A avaliação preliminar de mercado permite afirmar com segurança que o valor cobrado por hora poderia passar de R$ 36,11 para aproximadamente R$ 22", diz o relatório.

O documento chegou a apontar um sobrepreço de 46% no valor pago pela Prefeitura em relação à média de mercado. A conta, entretanto, foi feita com base em uma planilha fornecida pela Secretaria Municipal da Saúde, que também faz gerenciamento das ligações da Rede Hora Certa, e estaria com valores incorretos sobre os pagamentos feitos em 2014.

Investigação

O relatório serve de subsídio para a Comissão de Estudos criada no Legislativo Municipal para investigar o serviço, presidida pelo vereador Adilson Amadeu (PTB), que faz oposição ao prefeito. Ele afirma ter aberto a investigação por causa de denúncias de má qualidade no atendimento - a Prefeitura informa que 94% das ligações feitas ao 156 são atendidas. As suspeitas apontadas pela Assessoria Técnica da Câmara Municipal são referentes às ligações telefônicas da Rede Hora Certa - foi uma promessa de campanha de Haddad instalar um serviço para ligar para lembrar munícipes das datas de consultas e exames, reduzindo a fila de espera.

A Call foi contratada na gestão Gilberto Kassab (PSD). Ela pertence a José Celso Gontijo, empresário flagrado em uma gravação entregando dinheiro para o mensalão do DEM.

A reportagem procurou a empresa, mas ninguém atendeu os telefones. O contrato foi renovado na gestão Haddad de forma irregular, segundo apontou a CGM. A irregularidade, que consistiu no fato de não haver cotação de preços adequada e estimativa de serviço que não condizia com a realidade, foi identificada pela Câmara. A Secretaria de Comunicação destaca que a Controladoria não apontou as irregularidades descritas pela Câmara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo
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