O governo de SP disse ontem que o rio Tietê não terá mais cheiro ruim e poderá ter até peixes em 2015 em toda a região metropolitana, em razão do trabalho de despoluição que está sendo feito.
O Projeto Tietê, iniciado em 1992, está na terceira fase e consiste em ampliar o tratamento e a coleta de esgoto.
Segundo o governo, ao final dessa etapa, haverá "alguma vida aquática" entre Suzano e Pirapora do Bom Jesus, no trecho que corta a capital e onde não há oxigênio.
De acordo com Dilma Pena, presidente da Sabesp, estatal que gerencia o projeto, será possível ver no Tietê "peixes mais resistentes".
Malu Ribeiro, coordenadora da Rede de Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, discorda.
Para ela, o único peixe que pode sobreviver no trecho do Tietê na capital é o caborja, espécie que não depende do oxigênio da água para viver --ele põe a cabeça fora do rio para respirar.
Outros tipos de peixe que chegarem a essa parte do Tietê inevitavelmente morrerão, afirma a ambientalista. A SOS Mata Atlântica é uma das idealizadoras do Projeto Tietê.
Para tirar o mau cheiro do Tietê, o governo de SP quer ampliar o nível de oxigênio do rio, combatendo o despejo de lixo e sujeira.
Em 2015, o índice de coleta de esgoto na Grande São Paulo deverá subir dos atuais 84% para 87% e o de tratamento, de 70% para 84%, segundo a Sabesp, que atua em 32 das 38 cidades da região.
Até 2020, o Estado planeja levar a 100% o tratamento e a coleta de esgoto nestes municípios.
O cronograma original era concluir a universalização até 2018. Segundo a Sabesp, o prazo foi estendido para 2020 pela necessidade de contrair financiamentos e firmar contratos com órgãos internacionais.
A universalização está prevista na quarta fase do projeto Tietê, depois de 2015.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que, ao concluir o atual mandato, em 2014, deixará contratos de financiamento encaminhados para permitir a execução nos anos seguintes.
A terceira fase do Projeto Tietê custou US$ 1,8 bilhão, diz.
PANAMBY
Alckmin vistoriou ontem as obras de uma rede que ligará o esgoto de 80 mil moradores, entre os quais o do condomínio de luxo Panamby, além do Real Parque e Vila Andrade (zona oeste), a uma estação de tratamento em Barueri. A conclusão será no primeiro semestre de 2013, segundo o governo.
Fonte: Folha de São Paulo