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25/09/2012 10h02

Ditadura Justiça determina retificação do atestado de óbito de Vladimir Herzog

Justiça determina retificação do atestado de óbito de Vladimir Herzog


Documento deve dizer que morte "decorreu de lesões e maus-tratos".
Na época da ditadura, Exército apresentou a tese de suicídio para a morte.


Pesquisadores brasileiros receberam na última semana um prêmio da Organização Pan-americana de Saúde por um estudo sobre o aborto no país. A Pesquisa Nacional de Aborto, de 2010, revelou, entre outras coisas, que mais de um quinto das mulheres do país fazem pelo menos um aborto até o fim da vida reprodutiva.

O Prêmio Fred L. Soper por Excelência em Literatura de Saúde Pública é oferecido pela Organização Pan-americana de Saúde aos melhores estudos nessa área. O prêmio foi entregue nos Estados Unidos para Débora Diniz, que liderou o estudo ao lado de Marcelo Medeiros. Os dois são pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB).

“A gente nunca tinha ganhado nada tão grande”, afirmou Medeiros.

Para ele, o grande mérito do estudo é revelar que 22% das mulheres com entre 35 e 39 anos já induziram aborto em algum momento da vida. “Essa informação é importante porque mostra claramente que é uma questão de saúde pública”, disse o pesquisador. “É uma quantidade gigantesca”.

A pesquisa mostrou também que a mulher que aborta é uma mulher “normal”. Entre as que admitiram ter induzido o aborto em algum momento, há mulheres casadas e mães de família. Isso não quer dizer, no entanto, que elas já eram mães quando abortaram.

Hoje, o aborto é considerado crime pela lei brasileira, exceto em casos de estupro, de risco à vida da mãe e de fetos anencéfalos (sem cérebro).

Problema de saúde

Para o sociólogo, é a clandestinidade que transforma o aborto em um problema de saúde pública. A pesquisa revelou que o método mais usado para induzir o aborto é um medicamento chamado Misoprostol.

Embora entre ilegalmente no país, seu uso como abortivo é reconhecido nos lugares onde o aborto é legalizado. O maior problema no Brasil é a falta de acompanhamento médico das mulheres que o utilizam.

Medeiros apontou dois principais problemas nesse sentido. Em primeiro lugar, a falta de orientação pode levar a um erro na dose. Além disso, o medicamento provoca uma hemorragia, cujo tratamento exige internação em hospital. Cientes de que fizeram um ato ilegal, muitas mulheres evitam procurar ajuda profissional nesses momentos, alertou o pesquisador.

“A mortalidade é baixa, muito menor do que foi no passado. O que tem [de problema] são as complicações [pós-aborto]”, ponderou o autor.

 

 

 

 

Fonte: G1

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