Comprar terras em Minas ficou 16,91% mais caro no último ano. O registro do Índice de Preços de Terras (IPT/MG) revela que a valorização foi de mais de 530% em uma década. Elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) a partir de dados da FNP Consultoria, o relatório anual de acompanhamento do IPT/MG divulgado na tarde desta terça (12) dá pistas de como vai a “saúde” do setor agrícola no Estado.
Segundo o coordenador da Assessoria Técnica da FAEMG, Pierre Vilela, o IPT é mais um importante indicador do desempenho do agronegócio mineiro. Ele explica que a valorização da terra acompanha a da produção agrícola, com variação bastante proporcional. “O agronegócio vive um ciclo, desde 2007, de valorização intensa, especialmente dos grãos, café e da pecuária de corte e leite, que são alguns de nossos principais produtos. Esse bom desempenho tem sido base de sustentação para a acelerada valorização de terras no período”, ilustra.
Vilela lembra, no entanto, que o encarecimento também está relacionado a fatores externos, como o crescimento dos centros urbanos e áreas de mineração, o esgotamento de novas áreas e o acirramento da legislação ambiental, inclusive com perda de áreas para a recomposição.
Prova disso é a intensa valorização das áreas de mata, acima das áreas de pastagem e lavoura. A variação anual também tem sido muito diferenciada. Enquanto terras destinadas à pastagem valorizaram 12,68% e as de lavoura, 12,11%, as matas ficaram 22,86% mais caras no último ano. “A busca por compensação ambiental e por áreas de reserva legal puxaram um fenômeno que tem sido crescente. O que não tinha valor, passou a ter muito”.