23/03/2023 20h50
Greve do Metrô: SP terá ponto facultativo em repartições públicas nesta 6ªfeira
O governador de São Paulo, TarcÃsio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) decretaram ponto facultativo nas repartições estaduais e municipais da cidade de São Paulo e região metropolitana. As duas medidas, que serão publicadas nos Diários Oficiais do Estado e do municÃpio nesta sexta-feira, 24, leva em consideração a greve dos metroviários iniciada nesta quinta-feira, 23, para a qual ainda não há desfecho.
No caso do decreto de Nunes, o ponto facultativo não será válido para serviços considerados essenciais, como Serviço Funerário, unidades de atendimento das secretarias de Saúde e Assistência Social, toda a rede municipal de ensino e a Segurança Urbana.
Ainda pela capital, a Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego decidiu manter a suspensão do RodÃzio Municipal de VeÃculos, que já não funcionou durante toda a quinta-feira.
O dia foi de dificuldade para deslocamentos na capital e na Grande São Paulo em razão da paralisação que afetou quatro linhas do serviço do Metrô: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. No fim da tarde, a companhia informou sobre a oferta parcial do serviço em estações de três linhas. Não foi esclarecido pelo sindicato da categoria nem pela companhia qual será a condição do serviço nesta sexta-feira.
"Desde a noite de ontem (quarta-feira), o Metrô buscou alternativas e não mediu esforços para que a população pudesse voltar a ter direito ao serviço. Nas primeiras horas do dia (desta quinta-feira), o Metrô comunicou ao Sindicato dos Metroviários a autorização para o funcionamento do sistema com liberação total das catracas (catraca livre, entrada gratuita), com o retorno imediato de 100% dos metroviários para garantir a segurança dos passageiros. Esta liberação era uma condição do Sindicato para o retorno da operação, atendida pelo Metrô e não cumprida pelos metroviários", declarou o Metrô em nota na tarde desta quinta-feira.
"Já no final da manhã, o Metrô conseguiu uma decisão judicial que determinou o funcionamento de 80% do serviço do metrô nos horários de pico (entre 6h e 10h e entre 16h e 20h) e com 60% nos demais horários durante todo o perÃodo de paralisação, com cobrança de tarifa", acrescentou. A Companhia disse ter tentado "todas as formas de negociação, inclusive com a concessão de benefÃcios como o pagamento de progressões salariais".
Retorno para casa também enfrentou dificuldades
Os usuários do Metrô que foram à Estação Jabaquara no final da tarde desta quinta-feira, 23, encontram as portas do terminal fechadas. A estação permaneceu fora de operação ao longo da tarde e funcionários da empresa explicavam aos passageiros que a linha não deve reabrir até o final do dia.
A escolha da maioria dos usuários foi migrar para os pontos de ônibus localizados ao lado da estação e perguntar. Passageiros que aguardavam no local contam que a espera para algumas linhas sentido centro passava de duas horas.
Os usuários também afirmaram que colegas de trabalho não chegaram a ir ao terminal por terem sido informados que a reabertura da Linha 1-Azul, única que chega ao Jabaquara, não contemplaria a estação.
Parte dos passageiros chegaram ao local de outros municÃpios e, por isso, não tiveram outra alternativa se não a de apostar no retorno da operação do Metrô. A auxiliar administrativo Karina Marcondes chegou de Santos à s 17h no terminal interminicipal que fica ao lado da estação. Carregando malas, decidiu pegar um ônibus para um ponto mais central. "Vou até a (região da) Cantareira. Estou tentando ver um ônibus. Eu não pego aqui, não tenho a mÃnima noção", afirmou, após uma hora de espera.
A professora de ensino fundamental Léa do Nascimento também precisou improvisar. Como mora em Embu das Artes, distante de onde trabalha, o Colégio Estadual Deputado Nelson Fernandes, o custa da corrida de Uber seria inviável.
"Vou ter que me virar, não sei o ônibus que vou pegar. Acho que vou tentar o que vai para (a estação) Santa Cruz e de lá tentar um metrô", disse.(Colaborou Gustavo Queiroz)
Fonte: Estadão Conteúdo