Os moradores de um conjunto habitacional no bairro Cachoeirinha, em Conceição dos Ouros (MG), terão que deixar as casas após uma recomendação do Ministério Público da cidade, que constatou falta de infraestrutura adequada no local. O prazo é de 20 dias para a desocupação voluntária. Depois disso, as famílias podem ter que abandonar o local por meio de ação judicial.
A promotoria também instaurou um inquérito para verificar as responsabilidades de quem autorizou a mudança das famílias para as casas populares inacabadas, que foram entregues para a população no último dia de governo do ex-prefeito, José Joaquim Afonso do município.
O promotor Sérgio Brito visitou as residências e daí veio a decisão de retirar as famílias. “As famílias que habitam as casas estão correndo riscos. Não há qualquer infraestrutura no local, em algumas casas não há nem mesmo água encanada ou sistema de esgoto, por isso decidi que as famílias devem sair”, disse.
Ainda de acordo com ele, através do inquérito, será investigado porque a obra demorou tanto tempo para ficar pronta e como foi entregue no último dia 31 de dezembro. “Sugerimos, contudo, que seja feita uma nova triagem no lugar”, completou o promotor.
Parte das residências entregues à população apresenta muitos problemas como falta de água, de energia elétrica e de rede de esgoto. Algumas casas estão inacabadas e foram entregues com o chão batido.
No entanto, mesmo sem a infraestrutura adequada, os moradores não querem abandonar as casas, como é o caso do coveiro André Santos Morais. “Eu mesmo estou cimentando a casa, que foi entregue com o chão de terra, mas é um investimento em um lugar que nem sei se será meu”, disse.
Como ele, outros moradores recusam-se a aceitar a decisão judicial e temem que o sonho da casa própria tenha que ser adiado. O atual prefeito, Maurício Viana, está em uma situação delicada. “Vou acatar as recomendações do Ministério Público, mas não sei o que fazer com as famílias que ficarão desabrigadas”, pontuou.
O ex-prefeito, José Joaquim Afonso, oi procurado, mas não foi localizado para falar sobre o assunto.
Fonte G1 Sul de Minas