06/10/2014 10h10
Mulher espera 10 anos por tratamento de fertilização
A cabeleireira Maria do Socorro da Silva, de 40 anos, começa nesta semana a ter a ovulação estimulada. A inseminação artificial será feita em um hospital público, o Pérola Byington, em São Paulo. O problema é que Socorro mora a 440 quilômetros dali, em Niterói, no Grande Rio. O Estado não tem serviço público que faça a fertilização in vitro (FIV).
Ela precisou esperar dez anos entre o diagnóstico de trompas obstruÃdas e o procedimento da inseminação - cinco anos só na fila do hospital público. "É um custo alto. Você paga passagens, hospedagem. Também tem o custo emocional. Já fiz tanta coisa na vida para ter esse bebê. Meu marido agora está feliz da vida. Se não fosse por ele, não esperava esses anos todos."
HIV
Se antes a técnica beneficiava apenas mulheres com problemas nas trompas, hoje permite que casais sorodiscordantes tenham filhos. O professor paranaense Marcelo, de 35 anos, descobriu que era HIV positivo 40 dias antes do casamento. Ele tinha ainda baixa contagem de espermatozoides. "O HIV não está em todo o organismo, mas compartimentado. Então, fizemos um teste de detecção da carga viral no sêmen para separar os espermatozoides", diz o médico Emerson Cordts, coordenador clÃnico do Instituto Ideia Fértil, ligado à Faculdade de Medicina do ABC, e especialista em reprodução do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim. "Estamos com muita esperança", diz Marcelo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo